Diversificar compensa. 100 mil euros renderam 20% na última década

Diz a regra de ouro do investidor que não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto. Seguir esta estratégia de diversificação trouxe um retorno de 20% nos últimos dez anos, diz a CMVM.

É uma das regras de ouro de qualquer investidor: não colocar todos os ovos no mesmo cesto. E, para o caso particular do investidor português, adotar uma estratégia de diversificação de investimento significou retornos bastante atrativos na última década: uma aplicação de 100 mil euros trouxe um lucro de quase 20 mil euros a quem tivesse investido num cabaz composto por ações da bolsa nacional, dívida portuguesa, mas principalmente depósitos.

Foi a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quem fez as contas aos ganhos que um investidor precavido poderia ter alcançado numa década (2007-2017) marcada por muitos sobressaltos nos mercados financeiros (com falências de bancos à mistura) e por um período de taxas de juro em mínimos históricos (ambiente promovido pelos bancos centrais).

“A grande maioria dos investidores decide (e bem) diversificar os seus investimentos, constituindo uma carteira que inclui várias aplicações financeiras”, refere o regulador português no Relatório Anual sobre os Mercados de Valores Mobiliários. “Usando dados sobre os patrimónios financeiros (ativos) do segmento de particulares de 2007, caso um investidor tivesse aplicado 100.000 euros no final de 2007 numa carteira constituída por depósitos a prazo (80,7%), obrigações do Tesouro (5,6%), certificados de aforro (5,6%) e ações cotadas (8,1%), essa carteira teria, passado uma década, um valor de 119.961 euros”, especifica a CMVM

Feitas as contas, “no período de dez anos, o investidor teria obtido uma rentabilidade acumulada de cerca de 20% (ou 7,3% em termos reais, descontando o efeito da inflação)”, calcula o polícia dos mercados liderado por Gabriela Figueiredo Dias.

Os gráficos em cima pormenorizam o rendimento de cada ativo ao longo do período de investimento. O gráfico da direita mostra como a taxa de variação da carteira esteve longe de ser constante na última década: o investidor chegou a perder dinheiro em 2008 (-0,3%) e atingiu ganhos máximos de 3,8% em 2009 e 2012.

A carteira deste investidor chegaria ao final de 2017 com uma composição diferente da inicial: os depósitos a prazo (82,2%) e as obrigações do Tesouro (7,8%) aumentariam o seu peso no portefólio de investimentos, as ações cotadas teriam menor representatividade (4,4%) e os certificados de aforro manteriam o seu peso (5,6%).

Lembra a CMVM que estas alterações na estrutura da carteira de ativos das famílias portuguesas nos últimos dez anos não se resumem apenas aos efeitos que decorreram das remunerações extraídas de cada aplicação financeira. “Alterações decorrentes da taxa de poupança têm igualmente impacto naquela estrutura”, diz o regulador.

Citando dados do Banco de Portugal, a CMVM recorda que a taxa de poupança caiu de 7,6% em 2007 para 5,2% dez anos mais tarde, “o que terá certamente impacto na composição da carteira”.

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