Arménio Carlos ameaça trazer sindicatos à rua

  • ECO
  • 2 Abril 2017

O líder da CGTP diz que é preciso "passar da constatação à ação" no que respeita à "situação de pobreza laboral" em Portugal.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considera que o país entrou numa situação de pobreza laboral, da qual é preciso tirar consequências, incitando o governo a fazer algo contra a precariedade que afeta muitos trabalhadores portugueses. O alerta foi deixado por Arménio Carlos, em entrevista ao Jornal de Notícias (acesso condicionado), onde levanta a cortina à possibilidade de os sindicatos regressarem à rua.

“Com as alterações da legislação laboral e com a imposição do memorando da troika, houve uma redução significativa dos rendimentos, um aumento do desemprego e uma redução da proteção social, e houve também uma generalização da precariedade“, afirmou o líder da CGTP, acrescentando que “quando se faz uma constatação deste nível e se conclui que o país entrou numa situação de pobreza laboral, então temos de tirar as consequências”. Para Arménio Carlos, as consequências são: “passar da constatação à ação“, salientando que “a CGTP considera que este é o momento para certo” para o fazer.

A precariedade de muitos trabalhadores portugueses destaca-se entre as preocupações do líder sindicalista. “Continuamos a ter uma saída muito significativa de trabalhadores, particularmente jovens, para o estrangeiro, e o emprego que foi criado entre outubro de 2013 e janeiro de 2017, 83% são empregos com vínculos precários”, diz. Arménio Carlos que até valoriza o esforço feito pelo governo, incita-o contudo a “encaixar o discurso com a ação”. “O discurso que o Governo faz está correto: o país tem de romper com o modelo de baixo salários e trabalho precário. A ação para resolver este problema é que ainda está muito distante”, afirma.

Neste sentido, o secretário-geral da CGTP, considera ser necessário exigir mais ao governo. “Entendemos que temos de ser um pouco mais exigentes com o governo. Valorizamos o que foi feito, mas dizemos que há matérias estruturantes que não estão consignadas no compromisso final. Porque o governo não quis”, concluiu.

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