FMI melhora projeções para a economia da Zona Euro

Previsões do FMI apontam para sólida recuperação da economia mundial. Projeções reveem em alta produção da riqueza na Zona Euro, compensando menor otimismo para a economia americana.

A recuperação da economia mundial continua em curso. A riqueza produzida em todo o mundo vai crescer 3,5% este ano e 3,6% em 2018, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, se estas projeções estão em linha com o estimado em abril, há diferenças entre os contributos regionais para o produto mundial. É que o Fundo reviu em baixa as perspetivas para a economia norte-americana, num desempenho que será compensado pelo bom momento da atividade económica na Zona Euro.

“A manutenção das projeções de crescimento mascara de alguma forma os diferentes contributos a um nível mais regional”, diz o FMI na atualização do World Economic Outlook divulgado esta segunda-feira.

“As projeções de crescimento nos EUA são mais baixas do que em abril, refletindo sobretudo a assunção de que a política orçamental será menos expansionista do que anteriormente antecipado. O crescimento foi revisto em alta para o Japão e especialmente para a Zona Euro, onde surpresas positivas na atividade no final de 2016 e início de 2017 apontam para um sólido bom momento“, justifica a instituição.

Previsões do Fundo para a economia mundial

Fonte: FMI (valores em %)

Com efeito, o FMI prevê agora que a economia da moeda única cresça mais um pouco do que esperava em abril, fruto de um “sentimento positivo nos mercados e da redução dos riscos políticos”. As novas previsões apontam para taxas de 1,9% e 1,7% em 2017 e 2018, respetivamente, mais 0,2 pontos e 0,1 pontos do que o esperado em abril.

Esta atualização do World Economic Outlook não desagrega dados para Portugal. Mas, na última revisão publicada em junho, o FMI apontou para um crescimento da economia portuguesa de 2,5% em 2017 e de 2% em 2018 — ou seja, o país continuará a crescer ligeiramente acima da média da Zona Euro.

Em sentido contrário, a deceção com a administração Trump levou o Fundo a baixar as suas estimativas em 0,2 pontos e 0,4 pontos este ano e no próximo, com os EUA a apresentar taxas de crescimento de 2,1% em ambos os anos. Já a China continuará a ser o bloco económico de maior crescimento.

As projeções de crescimento nos EUA são mais baixas do que em abril, refletindo sobretudo a assunção de que a política orçamental será menos expansionista do que anteriormente antecipado. O crescimento foi revisto em alta para o Japão e especialmente para a Zona Euro, onde surpresas positivas na atividade no final de 2016 e início de 2017 apontam para um sólido bom momento.

FMI

World Economic Outlook

Quanto aos riscos, o organismo liderado por Christine Lagarde salienta sobretudo o cenário de aperto da política monetária por parte dos bancos centrais das economias avançadas. É o caso da Reserva Federal norte-americana, que já deu início à normalização da política monetária com subidas graduais das taxas de juro, numa altura em que se perspetiva que o Banco Central Europeu (BCE) comece a retirar os estímulos menos convencionais.

“Nas economias avançadas onde a procura continua a escassear e a inflação é demasiado baixa, o apoio monetário e (onde possível) orçamental deve continuar. A política monetária deverá ser normalizada gradualmente, em linha com os desenvolvimentos económicos”, recomenda o FMI.

Destaca ainda incertezas políticas relacionadas com as políticas orçamentais e regulatórias nos EUA e com as negociações que decorrem entre o Reino Unido e a União Europeia na sequência do Brexit. “Podem afetar a confiança, impedir o investimento privado e enfraquecer o crescimento”, argumenta.

"Nas economias avançadas onde a procura continua a escassear e a inflação é demasiado baixa, o apoio monetário e (onde possível) orçamental deve continuar. A política monetária deverá ser normalizada gradualmente, em linha com os desenvolvimentos económicos.”

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World Economic Outlook

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