Campanha com Kaepernick gera boicote à Nike. Ações derrapam em Wall Street

As ações da Nike abriram a cair mais de 2%, depois de a marca ter contratado um antigo jogador da NFL que se ajoelhou durante o hino. Há milhares de apelos ao boicote dos produtos da marca.

Colin Kaepernick, ex-jogador de futebol americano.Wikimedia Commons

A Nike está sob forte pressão em Wall Street, num dia que está a ser marcado pelo apelo nas redes sociais ao boicote dos produtos da marca. As ações da empresa estão a derrapar 2,17% para perto dos 80,40 dólares.

Em causa, o facto de a marca ter contratado o quarterback Colin Kaepernick para a campanha de aniversário dos 30 anos do slogan “Just Do It”. Kaepernick é um ex-jogador da NFL que fez polémica nos Estados Unidos por se ter ajoelhado durante o hino nacional como forma de protesto contra o racismo. Segundo a Reuters, mais de 30 mil pessoas já publicaram tweets com a hashtag “#NikeBoycott” (“boicote à Nike”).

O facto de Kaepernick se ter ajoelhado durante o hino, ao invés de se manter de pé e com mão ao peito, tornou-o uma pessoa pouco consensual, sobretudo entre os norte-americanos que dizem ser mais patriotas. O ex-jogador tê-lo-á feito como forma de protesto contra aquilo que considera ser uma nação que “oprime os negros e outras pessoas de cor”. O episódio aconteceu em 2016 e abalou a popularidade do craque do futebol americano.

Nas redes sociais, têm circulado imagens de produtos da Nike a arder, ou de clientes a rasgarem artigos da marca. A Reuters cita uma publicação que ficou viral no Twitter, na qual um utilizador tece críticas à empresa: “Primeiro, a NFL força-me a escolher entre o meu desporto favorito e o meu país. Eu escolho o país. Depois, a Nike obriga-me a escolher entre as minhas sapatilhas favoritas e o meu país. Desde quando é que a bandeira americana e o hino nacional se tornaram ofensivos?”, lê-se na mensagem.

Ainda assim, segundo a agência, também têm surgido mensagens de apoio à marca, incluindo de atletas como LeBron James e Kevin Durant, que partilharam nas suas contas do Instagram a mesma imagem que espoletou toda a polémica em torno da empresa.

Wall Street abre em baixa. Facebook pressiona

Esta terça-feira, as bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo, pressionadas pelas ações da Nike, mas também do Facebook, numa sessão que também fica marcada pelos receios em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Neste contexto, o S&P 500 abriu a cair 0,20%, para 2.895,7 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recua 0,52% para cerca de 25.829 pontos. Já o tecnológico Nasdaq perde 0,57% e está a cotar próximo dos 8.062 pontos.

Para além da Nike, o destaque negativo vai para as ações do Facebook. A empresa está a derrapar 2,88% na bolsa de Nova Iorque, tendo chegado a cair quase 4% perto da hora de abertura. Os títulos da maior rede social do mundo estão sob pressão depois de a corretora MoffettNathanson ter revisto em baixa a avaliação das ações do Facebook, alterando a recomendação de “comprar” para “neutra”.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h00)

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