PPR estão outra vez na moda. Investimento ultrapassa os 15 mil milhões, o máximo da década

Portugueses estão a colocar mais dinheiro em seguros PPR, com o stock total a crescer para máximos de pelo menos oito anos. Só nos primeiros seis meses de 2018, as aplicações foram de 1.462 milhões.

Os PPR estão a ganhar um novo brilho nas carteiras de investimento dos portugueses. O montante investido em seguros PPR ultrapassou no final do primeiro semestre a fasquia dos 15 mil milhões de euros, algo que já não acontecia desde 2010. O montante das novas aplicações neste produto de poupança para a reforma também registou um máximo da década.

Dados recentemente divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), indicam que, no final de junho, as famílias detinham um total de 15.100 milhões de euros aplicados em PPR sob a forma de seguro, acima dos 14.988 milhões de euros que se verificava em junho.

Evolução do investimento em seguros PPR

Fonte: APS

Trata-se da primeira vez, desde outubro de 2010, que as aplicações neste produto superam a fasquia dos 15 mil milhões de euros. É também o montante mais elevado tendo em conta do histórico da entidade liderada por Galamba de Oliveira que tem início em setembro de 2010.

A recuperação do stock dos seguros PPR acontece num contexto de aumento das aplicações. Na primeira metade deste ano, os portugueses colocaram 1.462 milhões de euros nesta categoria de produtos de poupança. São mais quase 200 milhões face aos 1.262 milhões que tinham sido aplicados no último semestre de 2017. Será ainda necessário recuar oito anos, até ao segundo semestre de 2010, para assistir a um valor superior. Naquele período, os portugueses subscreveram ou reforçaram, num total de 1.500 milhões de euros, as suas aplicações em PPR sob a forma de seguros.

Evolução das novas aplicações

Fonte: APS

Remuneração atrai investidores

Este aumento nos volumes de investimento em PPR acontece num período marcado pela reduzida remuneração oferecida pelos produtos de poupança mais conservadores. Em específico, os depósitos a prazo. Aquele que tradicionalmente sempre foi o produto de poupança preferido dos aforradores nacionais apresenta, atualmente, níveis de remuneração mínimos. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, em maio, a taxa de juro média das novas aplicações em depósitos a prazo foi de 0,17%. A mais baixa de sempre tendo em conta um histórico que remonta ao início de 2003.

Esta remuneração contrasta face à taxa de rentabilidade média de 1,52% oferecida no ano passado por 47 PPR sob a forma de seguro disponíveis para subscrição, segundo os dados da Autoridade Portuguesa de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). A taxa de juro oscilou entre um mínimo de 0,05%, oferecido pelo PPR BPI Reforma Garantida 2 anos, e um máximo de 5,02%, no caso do Plano Poupança Reforma – PSN.

Há mais dinheiro em PPR do que em fundos

Não é uma realidade nova, mas para dar uma noção da ordem da grandeza, o montante total investido em seguros PPR é superior ao valor aplicado em fundos de investimento. Os 15.100 milhões de euros investidos neste tipo de PPR comparam com 12.194 milhões de euros em fundos de investimento mobiliários que, no final de junho, eram geridos pelas sociedades gestoras nacionais, segundo dados da APFIPP.

Esse montante inclui ainda 2.296 milhões de euros que estavam aplicados no final de junho em PPR sob a forma de fundos de investimento. Somando este montante aos produtos sob a forma de seguros. Os portugueses têm atualmente um total de 17.396 milhões de euros investidos em PPR.

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