Mexia defende que inovação da eletrificação não pode esbarrar em burocracia

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2018

Desburocratização deve ser aplicada em outras áreas, como já se assistiu "nas questões das casas, nas questões das escolas, tudo o que tem a ver com inovação", diz o presidente executivo da EDP

O presidente executivo da EDP, António Mexia, defendeu que a “inovação da eletrificação não pode esbarrar em nenhuma burocracia” e disse que no seu novo mandato quer continuar a “trazer o futuro para o presente”.

À margem do warm up da Summit Mobi Lisbon, a decorrer na sede da EDP, em Lisboa, o responsável sublinhou que a desburocratização deve ser aplicada em outras áreas e que, como já se assistiu “nas questões das casas, nas questões das escolas, tudo o que tem a ver com inovação, obviamente causa receios”.

“Temos pessoas que querem bloquear, que querem criar barreiras porque, obviamente, ao criar oportunidades de negócio também é disruptivo para quem já está“, acrescentou António Mexia, que garantiu que a EDP não tem medo “daquilo que é a concorrência, a disrupção”, encarando a inovação como “uma oportunidade e não como um problema”.

Para Mexia, a mobilidade elétrica em Portugal “poderia ser desburocratizada, deve ser desburocratizada para ser mais eficaz”.

O responsável recorreu ainda ao exemplo da Uber, uma plataforma digital de aluguer de carros com motorista, que “faz propositadamente para estar sempre no limite daquilo que é a burocracia, porque salta por cima dela para ir à procura da satisfação das pessoas”.

“Muitas vezes tem que se estar no limite de forçar essa alteração das regras de jogo, sob pena de as pessoas não terem aquilo que querem. As pessoas é que têm que ter aquilo que querem”, argumentou.

 

Questionado sobre o desejo de ver o seu quinto mandato à frente da EDP marcado pela mobilidade elétrica, Mexia respondeu que desde que chegou à empresa que quer “contribuir para colocar o futuro no presente e estar sempre associado aquilo que são as mudanças radicais da nossa sociedade que melhoram a qualidade de vida das pessoas”.

Sobre processo de pagamento na rede de carregamentos rápidos de veículos elétricos, António Mexia lembrou a decisão da EDP em oferecer carregamentos.

“Tudo aquilo que tem a ver com coisas que não dependem de nós gostaríamos que fossem simplificadas, mas essas questões não dependem de nós, o que depende de nós, está feito”, sublinhou.

O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Gomes Mendes, afirmou que o processo de pagamento está na “fase final dos testes”.

Recordando ser um processo que envolve comercializadores, operadores de pontos de carregamento e a entidade gestora da rede, a MOBI.E, “que precisa de fazer as compensações” para que diferentes operadores e comercializadores “possam servir os mesmos pontos e os mesmos clientes”.

“Esses testes têm alguma complexidade, que estão na fase final e muito em breve teremos notícias sobre isso”, disse.

O Ministério do Ambiente informou à Lusa, em 6 dezembro de 2017, que os pagamentos nos postos de carregamento rápidos (PCR) de viaturas elétricas “só deverão ter execução em 2018”, atualizando a informação de outubro, que dava conta de que a cobrança não aconteceria antes do final de 2017.

A informação segue-se à que tinha sido avançada em 13 de outubro pela tutela sobre um calendário, que inicialmente referia o final do primeiro semestre de 2017.

Em outubro foi dito que os trabalhos continuavam “a decorrer para garantir as condições necessárias para assegurar uma transição eficiente”.

Em meados de julho, em comunicado, a entidade gestora da rede informou que os pagamentos iriam começar depois do verão.

Como justificação, a MOBI.E referiu ter “conhecimento de que muitos utilizadores pretenderiam ter mais tempo para avaliar a adesão a um CEME (Operador detentor de registo de Comercialização de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica), sobretudo no período estival em que muitos portugueses estão de férias”.

Também os CEME “manifestaram a vantagem de dispor de mais tempo para melhorarem as condições de acesso e as opções tarifárias que pretendem oferecer”.

Em 8 de julho, a MOBI.E tinha agendado para o final desse mês o início do pagamento nos postos de carregamento rápidos (PCR) e informado que as tarifas seriam reveladas a partir de dia 17 do mesmo mês. Os PCR possibilitam um carregamento de 80% da bateria em 20 a 30 minutos.

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