Centeno tem a “confiança” do Governo, o resto são “tricas”

  • Margarida Peixoto
  • 10 Fevereiro 2017

O primeiro-ministro garantiu esta sexta-feira que mantém "toda a confiança" no ministro das Finanças. Louvou o trabalho de Mário Centeno e acusou a direita de se ocupar com "tricas".

“O ministro das Finanças tem toda a minha confiança e aliás a admiração do país pela forma notável como tem sabido pilotar a viragem da página da austeridade, devolvendo rendimentos, aumentando salários e diminuindo a carga fiscal e conseguindo o feito do menor défice da democracia”, disse esta sexta-feira António Costa.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas, em Vila Real. Nas declarações prestadas, transmitidas pela RTP3, António Costa defende Mário Centeno e acusa o PSD e o CDS de perderem tempo com “tricas”, enquanto o Executivo se concentra em “resolver os problemas do país”.

“Paulo Rangel, o PSD e o CDS dedicam-se às tricas, nós dedicamo-nos a resolver os problemas do país”, defendeu António Costa. “Não vou perder tempo a dedicar-me a tricas”, garantiu.

A estratégia do primeiro-ministro na defesa de Centeno é clara: Costa não comentou diretamente as acusações de que o governante tem sido alvo — a direita acusa-o de mentir ao Parlamento na polémica da Caixa e já se pede a sua demissão — e preferiu sublinhar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido.

O ministro “tem feito um excelente trabalho relativamente a um grande desafio adiado pelo anterior Governo e que tem que ver com o sistema financeiro”, frisou Costa, argumentando que “uma após a outra, cada instituição financeira tem conseguido uma boa solução”. O chefe do Governo lembrou os desenvolvimentos no BPI, no BCP e na Caixa Geral de depósitos, com a autorização conseguida junto da Comissão Europeia para avançar com a recapitalização pública.

E continuou: a Caixa “tem hoje uma administração que cumpre a lei e as regras da transparência e que está concentrada na execução do plano de negócios”.

Perante a insistência dos jornalistas, Costa acabou por atacar a oposição de direita. “O PSD e o CDS não têm nada a dizer ao país e ao Governo e aos portugueses”, atirou, defendendo que os dois partidos não colaboraram para a discussão do aumento do salário mínimo nem para a redução do Pagamento Especial por Conta para as empresas.

E até aproveitou a deixa de Manuela Ferreira Leite que, no seu habitual espaço de comentário na TVI24, considerou a polémica sobre o convite feito a António Domingues para liderar a Caixa como uma “trica entre duas pessoas”.

“Ontem Manuela Ferreira Leite dizia que eram pequenas tricas. Não podemos perder tempo com tricas”, disse António Costa. “O essencial é ter uma Caixa forte”, defendeu, recentrando a questão nos resultados da política do Governo. “É isso que interessa às pessoas e é com isso que as pessoas estão preocupadas”, assegurou. “O que as pessoas veem no ministro das Finanças é um referencial de confiança”, somou.

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