Redes sociais geram poucas receitas para as empresas de media

Plataformas como o YouTube, Twitter, Snapchat e Facebook estão a dar poucas receitas para as empresas de media: 19 grandes órgãos de comunicação geraram apenas 7,7 milhões de dólares num semestre.

Dados agora revelados indicam que, no primeiro semestre de 2016, os Instant Articles do Facebook geraram, em média, pouco mais de 560 mil dólares para alguns dos maiores órgãos de comunicação social do mundo.Facebook

Faz ideia de quanto recebem os jornais por colocarem os seus conteúdos no Facebook? Não? Nós respondemos: na primeira metade de 2016, os artigos instantâneos do Facebook geraram uma média de 560.144 dólares para os 19 órgãos de comunicação social que fazem parte do grupo Digital Content Next (DCN) . O valor sobe para 773.567 dólares no caso do YouTube, mas desce drasticamente para 482.788 dólares no Twitter e 192.819 na rede Discover do Snapchat. No total, as empresas de media do DCN fizeram apenas 7,7 milhões de dólares nesse período, cerca de 14% de todas as receitas nesse semestre.

Os dados fazem parte de um relatório interno do DCN, a que a Business Insider teve acesso. Estamos a falar de órgãos de comunicação social como o The Financial Times, a ESPN, a NBC, o The New York Times, a agência Bloomberg e até a própria Business Insider. Os dados que agora vieram a público ganham relevância tendo em conta que, por norma, estes valores não são revelados pelas empresas de media e muito menos pelas redes sociais.

Média das receitas geradas no primeiro semestre de 2016

Fonte: DCN/Business Insider (valores em dólares)
Fonte: DCN/Business Insider (valores em dólares)Raquel Martins

Trata-se de uma faca de dois gumes. Por um lado, os criadores de conteúdo veem-se obrigados a disponibilizar os conteúdos nas redes sociais para comodidade das audiências. O Facebook e o Twitter, por exemplo, são responsáveis por uma enorme fatia do tráfego dos sites de jornais, televisões e rádios em todo o mundo, uma parcela da qual os publishers não podem abrir mão. Por outro, estas novas plataformas de distribuição parecem estar a penalizar fortemente as receitas das empresas que, ao mesmo tempo, têm perdido quota de mercado para as gigantes da tecnologia no que toca à publicidade.

No entanto, como explica o Business Insider, o conteúdo disponibilizado pelos publishers às redes sociais é, em grande parte, uma das componentes responsáveis pelo sucesso das redes sociais. Por isso, estas têm procurado estreitar relações com os grandes grupos de media. O Facebook, por exemplo, contratou recentemente o jornalista Campbell Brown com esse objetivo em mente. E a Google, que detém o YouTube, lançou recentemente o projeto Digital News Initiative, que tem vindo a injetar capital em dezenas de órgãos de comunicação social em todo o mundo.

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