Máximo dos Santos elogia Ramalho. Fundo quer recuperar investimento no Novo Banco

O Fundo de Resolução não poupa elogios à equipa de Ramalho. A entidade liderada por Máximos dos Santos diz confiar na capacidade da administração de ter "êxito global" no Novo Banco.

O Fundo de Resolução não poupa elogios à equipa de António Ramalho. Foi na assembleia-geral de acionistas de dia 24 de abril que a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos manifestou “total confiança” de que o conselho de administração vai cumprir a sua “difícil missão” de reforçar o papel do Novo Banco no sistema financeiro português, de acordo com uma carta a que o ECO teve acesso. “Com êxito global”, é a expressão que, implicitamente, evidencia a expectativa do Fundo de Resolução: Uma valorização da participação de 25% que o Fundo tem no banco de maneira a que esta valha mais do que as injeções no mecanismo de capital contingente no momento em que este sair do capital do banco.

Na assembleia-geral do Novo Banco, o Lone Star fez um voto de louvor ao conselho de administração liderado por António Ramalho. Mas, uma vez que o Fundo de Resolução não pode votar — a Comissão Europeia exigiu que o Estado abdicasse do direito de voto e de nomear administradores para aceitar que o Fundo de Resolução mantivesse 25% no capital do Novo Banco — a entidade decidiu fazer o seu próprio voto de louvor.

“O Fundo de Resolução felicita os órgãos sociais do banco pelo trabalho realizado no exercício de 2017 e manifesta a sua plena confiança na Instituição, em especial na capacidade de o seu conselho de administração executivo levar a cabo com êxito global a difícil missão que lhe está cometida, desse modo contribuindo para consolidar e reforçar o papel do Novo Banco no sistema bancário português”, lê-se na declaração da entidade liderada por Máximo dos Santos a que o ECO teve acesso.

"O Fundo de Resolução felicita os órgãos sociais do banco pelo trabalho realizado no exercício de 2017 e manifesta a sua plena confiança na Instituição, em especial na capacidade de o seu conselho de administração executivo levar a cabo com êxito global a difícil missão que lhe está cometida, desse modo contribuindo para consolidar e reforçar o papel do Novo Banco no sistema bancário português.”

Fundo de Resolução

Este é um voto de louvor, não aos resultados do banco no ano passado (quando registou prejuízos recorde de quase 1,4 mil milhões de euros), mas à gestão geral da equipa. Além de ter conseguido manter o banco a funcionar durante o longo período de venda do Novo Banco, que ficou oficialmente nas mãos dos norte-americanos do Lone Star em outubro do ano passado, o conselho de administração teve um papel importante neste processo, nomeadamente na operação de recompra de dívida sénior, uma das principais condições para que esta alienação se concretizasse.

Para o Fundo de Resolução, o “êxito global” a que refere será alcançado se a participação de 25% que detém no Novo Banco valer mais do que o dinheiro que foi (e será) injetado no mecanismo de capital contingente na hora de sair do capital da instituição. Por causa da dimensão das perdas registadas no ano passado, este mecanismo terá de injetar 791 milhões de euros no banco. Mas não deverá ficar por aqui, uma vez que se prevê outra injeção, ainda que menor, no próximo ano para manter a robustez financeira da instituição financeira.

No âmbito da venda do Novo Banco ao Lone Star foi criado um mecanismo de capitalização contingente, uma espécie de proteção sobre um conjunto de ativos e cuja gestão ficou a cargo do Fundo de Resolução — que tem receitas próprias através do financiamento dos bancos do sistema.

Neste contexto, ficou decidido que o Novo Banco pode ser compensado pelo Fundo de Resolução até ao limite máximo de 3,9 mil milhões de euros, por perdas que venham a ser reconhecidas com alguns dos ativos problemáticos e que coloquem em risco a força financeira da instituição.

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