Bruxelas faz ultimato às gigantes: têm até às eleições para reforçar transparência

Comissário europeu diz que ou gigantes tecnológicas resolvem problema do uso abusivo das suas plataformas ou estará será aplicada nova regulação. Eleições europeias tornam problema ainda mais urgente.

Bruxelas está a impor um novo ultimato às gigantes tecnológicas: ou resolvem os seus problemas internos relativos às fake news e ao uso indevido de dados semelhante àquele registado no caso Cambridge Analytica ou será colocada em vigor nova regulação.

Em declarações ao The Guardian, o comissário europeu para a Segurança defende que essas empresas devem ter um plano concreto em funcionamento a curto prazo, isto é, ainda antes das eleições europeias marcadas para 26 de maio de 2019.

“O caso da Cambridge Analytica serviu para enfatizar o quão importante este assunto é”, refere Julian King. O responsável europeu sugere que as companhias tecnológicas assinem voluntariamente um código de conduto para prevenir “o uso indevido das plataformas para divulgar informação enganosa”.

O código em causa também incluiria um compromisso de melhorar a transparência dessas redes sociais. A terceira proposta de King passa ainda por fazer acompanhar os anúncios publicitários políticos com informação sobre quem os pagou.

“Queremos ver se conseguimos chegar rapidamente a um acordo com as plataformas chave ao nível das políticas”, adianta o responsável. Julian King deixa, no entanto, um aviso: “Se não conseguimos progredir rapidamente e de forma voluntária, então estudaremos a necessidade de alternativas, incluindo aquelas de natureza regulatória”.

O Facebook revelou, este mês, a utilização indevida dos dados pessoais de 87 milhões de utilizadores pela Cambridge Analytica. Em Portugal, 63 mil pessoas terão sido afetadas por esta transferência não autorizada de informação pela norte-americana. A empresa de marketing terá acabado por usar estes dados para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, favorecendo a campanha presidencial de Donald Trump.

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