Porto de Setúbal cresceu mais do que qualquer outro

Os números do primeiro trimestre de 2018 do porto de Setúbal ainda não são conhecidos, mas Lídia Sequeira já adianta que são "dos melhores". A responsável prevê um futuro risonho.

O Porto de Setúbal parece ter entrado com o pé direito em 2018. A presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra adiantou, esta quarta-feira, que os resultados do primeiro semestre, em termos de crescimento, “são dos melhores”. “Arrisco-me a dizer que o Porto de Setúbal foi o porto que mais cresceu”, salientou Lídia Sequeira, no Fórum Desafios & Oportunidades promovido pelo Eurobic.

Empresários juntaram-se em Setúbal para discutir desafios e oportunidades económicas.Paula Nunes / ECO

De acordo com a responsável, as previsões para os próximos dois anos são bastante positivas, o que é justificado pela modernização da infraestrutura em causa, nomeadamente com a instalação de uma unidade de reparação de contentores. Também o estaleiro da Lisnave — um dos maiores do país — foi apontado como fator de sucesso do porto referido.

“Setúbal está a transformar-se numa marca poderosa”, sublinhou, no mesmo sentido, a autarca desse município. Maria das Dores Meira notou, contudo, que para promover melhor o concelho é preciso apostar na requalificação da cidade e na reabilitação do seu centro histórico.

Também presentes neste painel da conferência desta quarta-feira estiveram Sérgio Ramos, da RARI, e Joe Berardo, do Grupo Bacalhoa. O primeiro escolheu enfatizar a necessidade da banca estar apta ao reconhecimento de novos modelos de negócio, enquanto o segundo deu especial enfoque ao turismo como trunfo português na projeção internacional.

Joe Berardo e Teixeira dos Santos estiveram juntos em Setúbal.Paula Nunes/ ECO

Turismo é ponto de escala

Joe Berardo não tem dúvidas. São o turismo e a cultura as cartas mais valiosas no baralho português, no jogo internacional. “Se queremos competir a nível internacional, é pela via cultural”, defendeu, esta quarta-feira, o presidente do Grupo Bacalhoa.

De acordo com o comendador, o turismo “é um ponto de escala” até para uma empresa como a sua, que já recebeu quase 800 mil visitantes nos seus quatros pontos de atração, garante. “Os turistas vão lá e ficam todos encantados”.

Maria das Dores Meira vê Setúbal como marca forte.Paula Nunes / ECO

Turismo? Sim, mas e os hotéis?

O turismo é bem-vindo a Setúbal? Com certeza, mas o concelho ainda carece de oferta hoteleira, confirmou a autarca. Maria das Dores Meira reforçou que, nesse quadro, é também importante apostar na requalificação do centro da cidade que é o seu cartão-de-visita.

Ainda que essa recuperação esteja por terminar, Setúbal já sente o dinamismo lisboeta, adiantou a responsável. No imobiliário, por exemplo, a especulação já se faz sentir, disse. “Está praticamente tudo vendido e o que está vendido está a começar a sofrer especulação”, contou, referindo que a construção da marina deverá ainda reforçar esse reconhecimento do município.

Por tudo isto, Maria das Dores Meira concluiu: “Setúbal está a transformar-se numa marca poderosa”. Já no que diz respeito à descentralização, a responsável é mais prudente no seu entusiasmo. “Se vier com o respetivo envelope financeiro, é bem-vinda”, avançou, mencionando que esse processo é inevitável e trará encargos pesados ao orçamento municipal.

Lídia Sequeira elogia potencialidade do porto de Setúbal.Paula Nunes / ECO

Náutica de recreio ganha espaço

Para lá do sucesso do porto de Setúbal, também a náutica de recreio está a colocar esta pequena localidade nas bocas do país. “Lisboa está absolutamente lotada em termos de cada um ter o seu barco. O que é importante é que, neste momento, Setúbal está a começar a ser a primeira opção”, revelou Lídia Sequeira.

De acordo com a presidente da Administração dos portos de Setúbal e Sesimbra, Setúbal tem algumas vantagens face a outras localidades, como Sines: a cidade, a sua massa crítica e, é claro, as acessibilidades.

Sérgio Ramos lidera a RARI, uma empresa familiar de Setúbal.Paula Nunes / ECO

Um apelo à banca

Quando Sérgio Ramos assumiu as rédeas da RARI, empresa do setor automóvel que hoje lidera, “nenhum banco português era aceite como garantia”, no mercado internacional. Hoje, a preocupação do empreendedor é outra: “É preciso que a banca esteja apta a reconhecer os novos modelos de negócios”, defendeu, esta quarta-feira.

De acordo com o setubalense, entrar no mercado não é difícil. O complicado é manter as vendas, especialmente num negócio como seu em que o crescimento é sinónimo de maiores necessidades de investimento.

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