Proença de Carvalho promete esclarecer em tribunal relação com procurador

  • Lusa
  • 20 Março 2018

O advogado garante que a sua relação com Orlando Figueira, o antigo procurador investigado no âmbito da Operação Fizz, se resume à troca de "dois ou três telefonemas" e a "poucas reuniões".

O advogado Proença de Carvalho prometeu esclarecer no tribunal que julga a Operação Fizz a sua relação com o arguido e antigo procurador Orlando Figueira, explicando que trocou apenas com este “dois ou três telefonemas”.

Em entrevista à TVI 24 na noite de segunda-feira, e questionado pelo jornalista Pedro Pinto sobre a suspeita de ter trocado mais de 36 chamadas e ter participado em dez reuniões com Orlando Figueira, Daniel Proença de Carvalho respondeu que falou com o ex-procurador apenas “duas ou três vezes” e que teve “poucas reuniões” com o mesmo.

“É possível que ele [Orlando Figueira] tenha ligado várias vezes para o meu escritório, mas não falou comigo. Não falou para o meu número pessoal – que não tem – e eu não falei para o dele, que não tenho“, explicou Proença de Carvalho, garantindo que fará todos os esclarecimentos no tribunal que está a julgar o processo.

O advogado disse que conheceu Orlando Figueira “em maio de 2015, três anos depois de ele ter saído” da magistratura do Ministério Público. “Conheci [Figueira] em maio de 2015, três anos depois de ele ter saído. As conversas – agora que obtive a dispensa do segredo profissional que pedi à Ordem dos Advogados -, será no tribunal que relatarei o motivo de tantos telefonemas (…), com todo o rigor e cabalmente o encontro que tive com ele”, declarou à TVI.

Orlando Figueira, que responde em tribunal por corrupção, branqueamento, falsidade e violação do segredo de justiça, alegou várias vezes a sua inocência e apontou o dedo ao presidente do BPA e a Daniel Proença de Carvalho, dizendo que ambos deviam ter sido constituídos arguidos.

Segundo Orlando Figueira, os contratos de trabalho que assinou com a Primagest foram para ir trabalhar para Angola para o BPA de Carlos Silva e que não cumpriu os compromissos e que este, por intermédio de Proença de Carvalho, lhe tinha tentado comprar o silêncio com a rescisão amigável do contrato de trabalho e respetivo pagamento de impostos.

A Operação Fizz, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que o ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.

Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa, mas o seu processo foi separado da ‘Operação Fizz’ no início do julgamento, numa altura de tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.

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