CGD pode entrar no fundo soberano de Cabo Verde

  • Lusa
  • 20 Julho 2017

"Tem havido conversas com a CGD, vamos aprofundar essas conversas" diz Olavo Correia, o ministro das Finanças cabo verdiano.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) pode vir a participar na criação do Fundo Soberano de 100 milhões que Cabo Verde quer criar para apoiar o setor privado, disse à agência Lusa o ministro das Finanças, Olavo Correia.

O Fundo Soberano de Garantia de Investimentos Privados, dotado de um capital inicial de 100 milhões de euros, visa permitir que as empresas tenham acesso ao mercado externo bancário e de capitais para financiarem investimentos de maior envergadura. A criação de um Fundo foi anunciada pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, mas pormenores sobre a forma de capitalização e as condições para acesso a garantias do referido fundo não foram divulgados.

Em entrevista à Lusa, Olavo Correia admite a possibilidade de a Caixa Geral de Depósitos poder participar na operação de capitalização, mas escusa-se a revelar mais dados, remetendo para breve a divulgação de toda a informação sobre o referido fundo.

“A Caixa Geral de Depósitos pode vir a participar do fundo que vamos criar. Tem havido conversas com a CGD, vamos aprofundar essas conversas. A criação do Fundo não está dependente da decisão da CGD, mas o apoio da Caixa é sempre bem-vindo para podermos ter um fundo com mais capital e criar as condições, quer para as empresas cabo-verdianas, quer para as empresas portuguesas que intervêm e atuam em Cabo Verde”, disse.

Olavo Correia adiantou que a solução de capitalização do Fundo está a ser ultimada e envolve o capital do trust fund atualmente existente. “Temos soluções ao nível do trust fund que tínhamos criado e cujo capital é propriedade do Estado cabo-verdiano e podemos, ao nível de um acordo que podemos estabelecer, afetar parte desse capital a esse fundo soberano”, adiantou Olavo Correia.

Assegurou que o Estado tem capital para afetar ao Fundo e sublinhou a importância de avançar com a criação de um mecanismo que servirá de garantia ao financiamento bancário ao setor privado. “O que importa é começar com um capital necessário para credibilizar o próprio fundo soberano. Estamos a ultimar os regulamentos, mas vamos ser altamente criteriosos em matéria de condições de acesso porque temos que garantir a perpetuidade do capital”, disse.

Segundo Olavo Correia, com a criação do Fundo será possível “alavancar a economia cabo-verdiana e partilhar os riscos com o sistema bancário, mas nunca substituir o sistema bancário“.

O Fundo Soberano de Garantia de Investimentos Privados é um dos instrumentos de partilha de risco com o setor financeiro e de estímulo ao financiamento que o Governo pretende implementar e que será complementado com um Fundo de Garantia de Apoio às pequenas e médias empresas, linhas de crédito às instituições de microfinanças, bem como a atração de instituições de financiamento internacionais para financiamento às grandes empresas cabo-verdianas.

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