Turquia: Erdogan clama vitória, oposição quer recontar votos

Com quase 100% dos votos contados, o Presidente Erdogan já clamou vitória no referendo que lhe vai dar mais poderes. Oposição pede recontagem por causa de ilegalidades com boletins não oficiais.

Apoiantes do Presidente Erdogan manifestam-se junto da sede do partido AKP, fundado por Erdogan.Kostas Tsironis/Bloomberg

Mais de 99% dos votos contados. E a Turquia está prestes a dar mais poderes ao Presidente. Recep Tayyip Erdogan já clamou vitória no referendo constitucional que registou forte adesão. Os resultados ainda não são oficiais mas apontam para um triunfo mínimo do “Sim”. A oposição já pediu a recontagem dos votos.

De acordo com a agência de notícias estatal turca Anadolu, o “Sim” a mudanças que vão transformar o sistema parlamentar num regime presidencialista registou 51,36% dos votos, o equivalente a quase 25 milhões de votos. Por seu turno, o “Não” conquistou 48,64% dos votos, pouco mais de 23,6 milhões de votos.

Para Erdogan, que já clamou vitória no referendo, apesar de a oposição ter pedido a recontagem de pelo menos metade dos votos, o resultado representa um “grande sinal” de que os turcos querem proteger o futuro da nação. E disse esperar que a comunidade internacional, sobretudo os países aliados da Turquia, respeite os resultados do sufrágio popular.

Os resultados ainda não são oficiais. Ainda assim, o Presidente Erdogan já convocou o primeiro-ministro Binali Yildirim e os líderes dos partidos da direita Movimento Nacional e Grande União para felicitar-lhes pela vitória no referendo, segundo adiantou a Anadolu.

Com a provável vitória do sim, fica aberto o caminho para a concretização de 18 reformas constitucionais que vão atribuir ao Presidente o poder para designar ministros e altos responsáveis oficiais, nomear metade dos membros da mais alta instância judicial do país (HSIK), entre outros poderes que não tinha até agora.

Do lado da oposição, é exigida uma recontagem parcial dos votos, porque considera que a junta eleitoral alterou as regras após a votação ter começado. Em causa está o facto de ter dito que não aceitaria boletins que não apresentassem os selos oficiais da comissão de voto. Ainda assim, mudou de opinião quando a votação já tinha arrancando, aceitando boletins sem o selo estampado, “excetuando aqueles que se provem que tenha sido trazidos de fora”, conta a CNN

“Há uma cláusula clara na lei eleitoral que diz que os boletins não estampados são inválidos e a Alta Junta Eleitoral emitiu o seu aviso em conformidade com esta lei”, referiu Bulent Tezcan, vice-presidente do partido CHP.

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