S&P pede mais medidas para diminuir o malparado

  • Rita Atalaia
  • 17 Março 2017

O setor financeiro continua a ser uma preocupação. Que o diga a S&P, que reconhece que foram feitos progressos na banca, mas deixa o alerta: têm de ser adotadas mais medidas para diminuir o malparado.

Mais um relatório, mais um alerta. Depois de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ter dito que os empréstimos em incumprimento continuam a limitar o investimento, agora foi a vez de a S&P se pronunciar sobre a banca portuguesa. Se, por um lado, reconhece que foram feitos progressos, por outro, a agência de notação diz que o Governo e as instituições financeiras têm de adotar mais medidas para se reduzir o nível elevado de crédito malparado no balanço dos bancos. Um passo que ajudaria a melhorar a cedência de empréstimos à economia.

“Consideramos que seria positivo se fossem adotadas mais medidas pelas autoridades e bancos no sentido de reduzir o nível elevado do crédito malparado nos balanços das instituições financeiras, o que melhoraria, na nossa opinião, as condições de cedência de empréstimos à economia.” Foi esta a conclusão da agência de notação S&P, depois de ter mantido o rating de Portugal em BB+, um nível considerado “lixo”, deixando estável a perspetiva de evolução da notação portuguesa.

A S&P considera que “o setor bancário português vai debater-se para melhorar a rentabilidade e a eficiência“. A agência de notação diz também que a “a capacidade de geração de lucros dos bancos continuará a sob forte pressão, num cenário de taxas de juro muito baixas, um crescimento limitado e grande fardo de ativos problemáticos”.

Apesar dos alertas, a agência reconhece que estão a ser feitos progressos. “Os maiores bancos ainda têm problemas significativos por resolver ou têm em curso alterações importantes, embora estejam a ser feitos progressos”. E muito deve-se, segundo a S&P, ao apoio que está a ser prestado pelo Executivo de António Costa. “O Governo está a apoiar o fortalecimento da estabilidade financeira, mais recentemente ao ter-se comprometido com uma injeção de 2,5 mil milhões de euros para recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos”, remata.

A CGD tem em curso a segunda parte do plano de capitalização. Um segundo capítulo que inclui a injeção de dinheiros públicos e a emissão de 930 milhões de euros em dívida subordinada, dividida em duas tranches. Sendo que a primeira emissão já arrancou.

Esta avaliação é feita no mesmo dia em que a OCDE deixou os seus próprios alertas. A entidade disse que o investimento privado e a realocação de recursos continuam a ser penalizados pelo nível elevado de crédito malparado, um problema transversal ao setor financeiro. No final de 2015, 11,9% dos empréstimos totais estavam em incumprimento, de acordo com dados do FMI, uma percentagem que é das mais elevadas na Europa.

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