Compra da Opel pela PSA criaria “um campeão automóvel europeu”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

A compra da Opel iria aumentar a base de clientes da PSA, dona da Peugeot e Citroen, e criaria “um campeão automóvel europeu”, disse hoje o presidente do fabricante francês, Carlos Tavares.

Carlos Tavares, CEO da francesa PSA

Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2016, o responsável português considerou que uma união entre a francesa PSA e a alemã Opel poderia “criar um campeão automóvel europeu”.

“O nosso interesse é que [a Opel] continue a ser alemã”, respondeu Carlos Tavares a diversas questões sobre a possível compra da filial europeia da General Motors (GM) pela PSA.

Referindo tratar-se de uma operação que ainda não está fechada, o gestor português admitiu que muitos consumidores, em diversos mercados, não estão interessados em comprar um automóvel de marca francesa, mas sim um alemão, pelo que “haveria uma forte complementaridade”.

O presidente do grupo francês recordou a má situação financeira da Opel e comparou com a da PSA há cerca de três anos, mas referiu que, em caso de fusão, será a direção da Opel a desenhar e executar um plano de recuperação.

"O nosso interesse é que a Opel continue a ser alemã.”

Carlos Tavares

CEO da PSA

“Será o seu plano, não alguma coisa imposta pela PSA, mas, com a nossa experiência, podemos ajudar”, declarou.

O dirigente indicou que o ponto de partida para este processo correr bem é dar confiança aos trabalhadores e que tem dito aos chefes de governo da Alemanha, França e Reino Unido que serão respeitados os acordos existentes com os sindicatos.

Lucros duplicam

A PSA, que inclui as marcas Peugeot e Citroën, registou em 2016 lucros de 1.730 milhões de euros, ou seja, quase duplicou os 899 milhões alcançados em 2015, foi hoje anunciado.

Na conferência de imprensa para apresentação de resultados, em Paris, o presidente da PSA, Carlos Tavares, comentou tratar-se do “terceiro ano consecutivo de crescimento”, em termos de margem operacional corrente da divisão automóvel, dos volumes e da posição financeira líquida.

O resultado operacional em termos absolutos aumentou 32% para 2.611 milhões de euros, enquanto o corrente cresceu 18% para 3.235 milhões, representando uma margem de 6% no volume de negócios (tinha sido de 5% em 2015).

Na área automóvel, o lucro operacional aumentou 19% para 2.225 milhões de euros, com uma margem de 6% (mais um ponto percentual em relação a 2015), o que a empresa justificou com o crescimento das vendas e do preço dos veículos. Mas também foram reduzidos os custos fixos e de produção.

No ano passado, o grupo PSA vendeu 3,15 milhões de viaturas em todo o mundo, traduzindo uma subida de 5,8%, graças aos bons resultados no mercado europeu (as matrículas subiram 3,6% para as 1.930.000 unidades) e às vendas em alguns países emergentes, sobretudo em África, no Médio Oriente e na América Latina, que compensaram as quedas verificadas na China.

O volume de negócios alcançou os 54.030 milhões de euros, contra 54.676 milhões de euros, enquanto esse indicador na divisão automóvel foi de 37.066 milhões de euros (contra 37.514 milhões de euros em 2015), descidas explicadas pelas evoluções das taxas de câmbio.

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