Lucros da Euronext crescem 14% em 2016. Dividendos sobem em linha

Os lucros da plataforma ascenderam a 197 milhões de euros em 2016, com o forte desempenho operacional a compensar a pressão sobre os volumes de negociação anunciou a Euronext.

A Euronext terminou o ano passado com um crescimento de 14% nos seus lucros, um resultado que a plataforma bolsista que reúne as bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Londres, Paris e Lisboa atribui ao desempenho operacional que terá mais do que compensado a pressão exercida sobre os volumes de negociação.

Em comunicado, a Euronext anunciou esta quarta-feira que os seus lucros ascenderam a 197 milhões de euros, em 2016, um valor que compara com um resultado de 172,7 milhões de euros alcançado no ano anterior. A plataforma bolsista europeia explicou que a melhoria do resultado registada no ano passado se deveu a uma “disciplina de custos que resultou numa forte redução nas despesas operacionais” que permitiu reduzir o impacto negativo resultante da quebra de receitas, num período marcado pela volatilidade e pela incerteza em torno do referendo ao Brexit e das eleições nos EUA.

Foi perante este contexto que as receitas da Euronext baixaram 4,3% no ano passado, para totalizarem 496,4 milhões de euros. Em 2015, as receitas tinham ascendido a 518,5 milhões de euros, naquele que foi o melhor ano desde 2008, tanto em termos de volume de negociação como da atividade dos mercados primários. Já as despesas operacionais, excluindo depreciações e amortizações, baixaram 9,4%, para 212,5 milhões de euros, no ano passado. Um resultado que a gestora a plataforma Euronext atribui à execução do plano estratégico de redução de custos levado a cabo desde o segundo trimestre de 2016.

“Este forte foco nos custos permitiu conter o impacto da redução das receitas sobre o EBITDA, que se manteve estável em 2016, nos 283,9 milhões de euros, representando uma margem de 57,2%”, explica a Euronext.

O crescimento dos resultados verificado no ano passado, leva a Euronext a avançar com uma proposta de aumento dos dividendos a distribuir pelos acionistas na ordem dos 14,5% na próxima assembleia de acionistas que decorre a 19 de maio. Em causa estará a distribuição de um dividendo de 1,42 euros por ação. Ou seja, metade dos lucros de 2,83 euros por ação alcançados no ano passado.

“A nossa base de custos foi reduzida significativamente, e atualmente é totalmente coberta pela receita não relacionada com os volumes. Em resultado, a nossa rentabilidade e o EPS (lucros por ação na sigla inglesa) aumentou significativamente e estamos por isso numa posição de propor a aprovação na nossa assembleia geral a 19 de maio, com base na nossa política de dividendos consistente, o pagamento de um dividendo de 1,42 euros por ação, que aumenta 14,5% face ao ano passado”, afirmou Stéphane Boujnah, CEO da Euronext em comunicado.

Euronext compra Clearnet

No mesmo comunicado, Stéphane Boujnah antecipa que 2017 será um ano “crítico” para a indústria, avançando que o objetivo da empresa que gere as cinco bolsas europeias, incluindo a nacional, irá manter-se “focado na execução da agilidade no sentido da estratégia de crescimento e maximização de oportunidades que possam surgir”, tal como fizeram “com o acordo para a potencial aquisição da LCH.Clearnet”. Nesta terça-feira, a Euronext anunciou que notificou há uma semana a Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a compra da Clearnet, atualmente designada de LCH.

A LCH.Clearnet é uma câmara de compensação com sede em Paris, França, que presta serviços de compensação para transações realizadas em plataformas de negociação e mercados de balcão (“over the counter” ou “OTC”) a nível mundial, incluindo ações, obrigações, acordos de recompra e derivados. Atualmente, a LCH pertence ao LCH.Clearnet Group, um grupo multinacional de câmaras de compensação de múltiplas classes de ativos que servem bolsas, plataformas e mercados OTC.

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