Alberto da Ponte morreu

O empresário morreu, aos 64 anos, vítima de cancro. O empresário acumulou décadas de experiência na Unilever, Sociedade Central de Cervejas, RTP. Recentemente tinha abraçado um novo projeto.

Empresário, com um currículo invejável. Polémico, com “gosto de fazer coisas diferentes todos os dias”. As palavras eram suas. Alberto da Ponte morreu este sábado, aos 64 anos, vítima de cancro.

A sua carreira começou, em 1974, na Elida Fabergé (Indústrias Lever), em Portugal, como diretor de marca. Mas a multinacional levou-o até Bruxelas e Madrid. No seu palmarés conta com uma uma nomeação especial para reorganizar o Departamento de Vendas da Unilever, em Kuala Lumpur, na Malásia.

Tudo começou antes, com a licenciatura em Ciências Económicas e Financeiras, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). No currículo académico destaca-se ainda o Curso Superior de Finanças, na Harvard Business School (Boston), em 1999.

Entre 1989 e 1991, a Lever foi substituída pela Jerónimo Martins, onde desempenho funções de administração no grupo. Décadas depois, voltou ao grupo de Soares dos Santos, onde, nos últimos tempos, desempenhava funções de consultor. Função que também levava a cabo para a Delta.

Para muitos o período mais marcante na vida do gestor foi o da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), dona da Água do Luso e responsável pela produção e comercialização de marcas como a Sagres, Guiness ou Schweppes. Durante esses anos conseguiu o feito de vender mais cerveja do que o rival direto, a Unicer, então liderada por Pires de Lima, que veio a ser ministro da Economia.

O seu clube do coração era o Sporting, mas foi com o Benfica que Alberto da Ponte negociou, em 2009, um acordo por doze anos de patrocínio da marca Sagres nas camisolas do Clube. Um ao depois de a Sociedade Central de Cervejas ser adquirida pela Heineken, o grupo cervejeiro líder europeu. Apesar de ter permanecido até ao presente como administrador não executivo da Sociedade Central de Cervejas, o gestor abandonou o cargo de topo, em 2012.

Sobre esta mudança, numa entrevista, ao Jornal de Negócios, em 2012, disse: “As mudanças são como os comboios: passam quando passam, e apanhamo-los ou não!”.

A RTP foi o capítulo que se seguiu. O seu mandato ficou marcado por várias polémicas. Logo de início, o despedimento de Nuno Santos, um caso que ficou conhecido como ‘brutosgate’. Já no final, um braço de ferro com o então ministro da tutela, Miguel Poiares Maduro.

No verão do ano passado, o jornal Expresso dedicou uma reportagem ao seu mais recente projeto — a Fábrica das Enguias — desenvolvido juntamente com António Quaresma. Nessa mesma reportagem, o gestor explica que o seu papel, na Valor do Tempo, a sociedade criada pelos dois, era “fornecer inteligência de gestão, bom senso, fazer a diferença”. Além disso, dava conta do prazer que lhe dava a nova liberdade de “poder ter ideias e criar a partir do nada”.

Alberto da Ponte, neste seu último projeto queria criar negócios “com uma base ideológica”, “humanizar a economia, criar emprego e redistribuir riqueza”.

 

 

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