Portugal já atraiu 873 milhões em investimento este ano

"Os regimes contratual e geral de apoio ao investimento garantiram a atração de investimentos no montante global de 873 milhões de euros, com a criação de 3.684 empregos", revela o MNE.

A Aicep conseguiu atrair, até outubro, investimento num montante global de 873 milhões de euros, revela a apresentação que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, preparou para os deputados, no âmbito das discussões na especialidade do Orçamento do Estado para 2019. Estes investimentos, segundo o mesmo documento, permitiram a criação de 3.684 postos de trabalho.

“Os regimes contratual e geral de apoio ao investimento garantiram a atração de investimentos no montante global de 873 milhões de euros, com a criação de 3.684 empregos”, pode ler-se no documento que Santos Silva discutiu esta segunda-feira no Parlamento.

Recorde-se que em março, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhantes Dias, revelou que o conjunto de investimentos sob análise com um valor superior a 25 milhões de euros (que encaixam no âmbito do regime contratual, ou seja, negoceiam apoios comunitários, mas também incentivos fiscais e outro tipo de apoios) ascende a 1,6 mil milhões de euros.

Já o presidente da Aicep sublinhou que o pipeline da agência estava avaliado em 2,4 mil milhões de euros, sendo que 70% destes investimentos eram estrangeiros. “O setor automóvel continua a ser o ‘top’ de angariação de investimento, mas também são importantes a pasta e papel, os setores farmacêutico, químico, aeronáutico e cada vez mais software, disse, nessa altura, Luís Castro Henriques.

A Aicep, que funciona como “porta única de acesso aos incentivos públicos das empresas estrangeiras e das empresas nacionais com investimentos superiores a 25 milhões de euros ou volume de negócios consolidado superior a 75 milhões de euros”, serve de intermediário na disponibilização de subsídios, créditos e benefícios fiscais ao investimento português e ao investimento direto estrangeiro.

Por outro lado, o documento do MNE entregue no Parlamento revela que “o sistema de apoio à internacionalização das empresas portuguesas disponibilizou fundos na ordem dos 73 milhões de euros, de que beneficiaram quase 500 empresas exportadoras e associações, e realizando um investimento total de 196 milhões de euros”.

De acordo com o Boletim de Outono do Banco de Portugal, o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) registou um aumento homólogo de 3,7% no segundo trimestre deste ano, depois do crescimento de 4,3% nos três meses anteriores.

Vistos Gold são instrumento “útil, mas limitado”

Os “vistos gold” são um “instrumento útil”, mas limitado, e deve servir para captar investimento em “áreas decisivas” para Portugal, afirmou ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, esta segunda-feira, em resposta a questões do PSD e do Bloco de Esquerda.

O ministro precisou que, em seis anos, os “vistos gold” permitiram atrair 4.000 milhões de euros de investimento, um número reduzido face aos 1.000 milhões de euros de investimento captado só este ano pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

O ministro admitiu que o regime provou sobretudo a sua utilidade na angariação de investimento na aquisição de imobiliário, mas sublinhou que isso tem também um impacto positivo ao “favorecer a atividade da construção civil e gerar emprego”.

Por outro lado, disse, os “vistos gold” também permitiram, em menor escala, atrair capital, também importante dado “o nível de descapitalização” da economia portuguesa que decorre da baixa taxa de poupança.

O regime não correspondeu, no entanto, às expectativas, disse Santos Silva, em termos de “apoio ao investimento produtivo gerador de emprego”.

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