Rui Rio: “Professores são moeda de troca para o Orçamento passar”

Em entrevista, o líder do PSD assume que a chave para o Governo ter do seu lado o PCP e o BE na votação do próximo Orçamento do Estado está numa solução para as reivindicações dos professores.

Corresponder de alguma forma às reivindicações dos professores que pedem para que seja contabilizado todo o tempo de serviço é o segredo para o Partido Socialista conseguir fazer passar o próximo Orçamento do Estado. Esta é pelo menos a convicção de Rui Rio, presidente do PSD, que em entrevista à TVI/TVI24, no Jornal das 8 desta terça-feira, disse considerar “justo” aquilo que os professores pedem, acreditando ainda que o Governo já tem uma solução desenhada.

Rui Rio começou por dizer que caso estivesse nas suas mãos decidir sobre temas como os professores ou o ISP começaria por não fazer o “discurso do político do milagre, sem que pudesse cumprir”. Mas relativamente aos professores considera que o que estão a pedir é justo. “São uma classe importantíssima. Aquilo que pedem é justo”, afirmou o presidente do PSD.

Neste campo, a sua posição é de que a melhor opção passará por uma “solução intermédia”. “Não pondo o orçamento em causa, tem de ser arranjar o intermédio. Nove anos? Pegar no tempo e despejar no tempo, usar o tempo de reforma…”, é no jogo destas componentes que Rui Rio considera possa estar uma solução para o conflito que opõe o Governos e os professores.

O líder do PSD diz ainda acreditar que o Governo já tem uma solução para esta situação que poderá mesmo jogar a favor da passagem do Orçamento do Estado para o próximo ano. “O Governo já tem uma solução para os professores. E vai acabar por ser uma moeda de troca para o Orçamento passar“, atira.

Outro dos temas fortes da entrevista à TVI recaiu sobre a descida do IVA para 13% na eletricidade. Relativamente a esse tema, o líder do PSD começa por dizer que “é muito difícil não estar de acordo com o PCP e o Bloco de esquerda“. Contudo, questiona-se. “O Orçamento do Estado acomoda?“, sinalizando que este será também um dos temas com os quais o Governo poderá jogar no sentido de colocar os partidos à esquerda do seu lado. “O Governo provavelmente vai dar uma coisita a um e uma coisinha a outro e o Orçamento andará“, afirmou.

35 horas nos hospitais são uma “irresponsabilidade”

Já relativamente à passagem às 35 horas nos hospitais “são uma irresponsabilidade” acusando ainda o Governo de não ter preparado a função pública e o serviço nacional de saúde para esta realidade. “O PS teve de fazer essa promessa e agora teve de cumpri-la“, atira.

A alteração das 40 para as 35 horas, segundo a Ordem dos Enfermeiros afirmou recentemente não está a ser cumprida devido à dificuldade de as implementar.

Rui Rio foi anda questionado sobre a forma como vê uma eventual subida do salário mínimo acima dos 600 euros mensais. Relativamente a esse assunto, o presidente do PSD começou por dizer que a chave está na competitividade. “Se tivermos uma economia mais competitiva podemos pagar mais”, disse, mas acrescentou que “os 600 euros estão mais ou menos assumidos” e que “pode acontecer um bocadinho mais”, mas alertou que tal pode levar a mais desemprego.

A possibilidade de o PSD deixar passar o Orçamento do estado com uma eventual abstenção foi outro dos assuntos com que Rui Rio foi confrontado. Optou por não revelar aquele que poderá ser o sentido de voto do seu partido, dizendo “como posso dizer que voto contra ou a favor sobre uma coisa que não conheço?“. Mas voltou a frisar que o sentido de voto do PSD não deverá ser relevante, acreditando que o Governo, o PCP e o BE “vão acabar por se entender”. Mas acrescenta que caso o OE não passe, António Costa deveria viabilizar um governo PSD/CDS.

Relativamente a linhas vermelhas no OE, Rui Rio diz que estão em “tudo o que comprometa a estabilidade orçamental, a redução do défice e o equilíbrio orçamental em 2019”.

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