Banco de Portugal revê em baixa projeção das exportações devido à Autoeuropa, mas mantém previsão do PIB

  • Marta Santos Silva
  • 21 Junho 2018

Devido à observação dos valores registados no 1º trimestre com a Autoeuropa a comportar-se abaixo do esperado, o Banco de Portugal prevê que as exportações cresçam menos, mas mantém a previsão do PIB.

O Banco de Portugal reviu esta quinta-feira em baixa, no seu Boletim Económico de junho, as suas previsões para as exportações portuguesas em 2018 e 2019, mas manteve a projeção do PIB que tinha feito em março, na publicação anterior. O ECO sabe que o comportamento da Autoeuropa explica parte desta revisão.

Apesar desta revisão em baixa da previsão das exportações, o Banco de Portugal mantém em 2,3% a estimativa de crescimento do PIB para 2018. Em 2019 e 2020, tal como já previra antes, a instituição liderada por Carlos Costa mantém uma expectativa de crescimento de 1,9% e 1,7%, um abrandamento que também é previsto pela maior parte das instituições.

Em comunicado, o Banco de Portugal informa que as exportações de bens e serviços deverão crescer 5,5% em 2018, 4,6% em 2019 e 4,3% em 2020, de acordo com o avançado no Boletim Económico. Em março, o banco central previa 7,2% para 2018. A descida abrupta dever-se-á aos resultados observados no primeiro trimestre de 2018, entretanto divulgados, que mostraram que as exportações foram inferiores ao esperado. Em parte, sabe o ECO, a baixa deveu-se a um comportamento ligeiramente inferior ao expectável por parte da Autoeuropa, empresa que é uma das maiores exportadoras portuguesas.

“A expansão da atividade entre 2018 e 2020 deverá assentar no dinamismo das exportações e do investimento — revistos em baixa relativamente às previsões de março — e no crescimento moderado do consumo privado”, acrescenta o comunicado do Banco de Portugal sobre o Boletim Económico de junho.

Em comparação com a área do euro, acrescenta o banco central, Portugal deverá crescer um pouco mais do que o conjunto dos países da Zona Euro em 2018, mantendo-se posteriormente num nível semelhante ao dos restantes países da moeda única. O país beneficia de um “enquadramento económico e financeiro favorável” externo.

Economia portuguesa volta ao tamanho de 2008

No mesmo Boletim, o Banco de Portugal assinala que a economia portuguesa regressa dez anos depois ao tamanho que tinha em 2008. Os níveis do PIB e do consumo privado, calculados com 2008 como base, só agora regressaram ao nível que tinham então, completando a recuperação, o que representará uma década perdida com a crise para a economia portuguesa.

Esta evolução positiva deve-se largamente às exportações, acrescenta o Banco de Portugal, que assinala que estas são principalmente do turismo mas também de bens, sendo que as segundas também aumentaram significativamente no cálculo com 2008 como base 100. O peso do investimento no PIB também aumentou. Em conjunto, estas duas tendências significam para o Banco de Portugal que se configura “um padrão de crescimento mais sustentável da economia portuguesa no médio prazo”.

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