Estados Unidos impulsionam vendas da Olbo & Mehler

Empresa de têxteis técnicos de capitais alemães tem como objetivo duplicar o peso do mercado americano. Meta é atingir os 45 milhões de faturação em 2020.

A Olbo & Mehler, empresa de origem alemã, especialista na produção de têxteis técnicos para a indústria automóvel, farmacêutica e petrolífera, entre outras, quer crescer à custa do mercado dos Estados Unidos, para um total de 45 milhões de euros até 2020.

Alberto Tavares, presidente executivo da empresa adianta ao ECO que “o objetivo é duplicar o volume de negócios no mercado americano para os 14 milhões de euros no espaço de dois anos”. A Olbo & Mehler faturou em 2017, um total de 41 milhões de euros.

O mercado americano pela sua dimensão e pelo seu elevado poder de compra é determinante para a empresa de têxteis técnicos.

Muito vocacionada para a exportação, as terras do Tio Sam pesam já entre 15 a 20% do total das vendas da Olbo & Mehler. Mas o objetivo, reforça o líder da empresa, é “crescer num mercado onde os negócios dos têxteis técnicos já valem quase tanto como na Europa”.

Numa análise detalhada pelos mercados externos da têxtil, Alberto Tavares refere que a Alemanha, com um total de 25% das vendas, é o principal destino das exportações da Olbo & Mehler. A esta acrescenta “o resto da Europa, que pesa 45%”. “Depois há os mercados dos Estados Unidos”, frisa acrescentando “mercados marginais como a África do Sul, Austrália”, para onde vendem “um milhão de euros”, o Brasil e a Índia.

Bastante otimista quanto ao futuro, Alberto Tavares desvaloriza os últimos dados que dão conta de um abrandamento das exportações nacionais.

Para Tavares é preciso ter em conta “as políticas protecionistas de alguns países, a começar pelos Estados Unidos, porque se avançarem é possível que as exportações arrefeçam de facto. E aí Portugal pode ressentir-se”. “Porém penso que as exportações vão continuar a crescer”, afiança.

De resto, o CEO da Olbo & Mehler, ex-quadro da Sonae Indústria, diz que, por agora, “as medidas de Trump não os afetaram nem beneficiaram, para já são apenas retórica política”.

Sem concorrência direta em Portugal, os maiores concorrentes vem da “República Checa, onde existe um concorrente que tem uma unidade industrial muito parecida com a que temos aqui em Portugal”. Alberto Tavares diz mesmo que a “nível internacional também não há quem faça” o que fazem na unidade de Famalicão. “Pode é haver determinados segmentos concorrentes”, admite.

Mas que produtos faz a Olbo?

Os produtos made in Olbo & Mehler são inúmeros. Tecidos para correias de distribuição, interiores de corrimões de escadas rolantes, sistemas de airbag, telas para transporte de minério, telas para asfalto nas estradas, borrachas de silicone para frascos de insulina e tecidos para o revestimento dos coletes à prova de bala, são alguns dos artigos que todos os dias são produzidos em Famalicão. A que se junta ainda um têxtil fabricado com basalto tratado, fortemente resistente ao calor e ao fogo e que valeu inclusive um prémio à empresa.

Mas para tudo isto, alerta, Alberto Tavares é necessário fazer uma grande aposta na inovação. A Olbo & Mehler tem atualmente uma equipa composta por sete engenheiros só a “trabalhar no desenvolvimento de novos produtos, havendo dois que estão a pensar nas tendências do futuro”. Alberto Tavares refere ainda a importância da ligação à Universidade, sobretudo ao Minho e ao departamento de polímeros.

A Olbo & Mehler nasceu na Alemanha em 1930. A empresa é detida pelo grupo Kap, e é a partir do país de origem que coordena toda a atividade comercial e de marketing. A estas equipas juntam-se duas unidades industriais, uma em Portugal e outra na República Checa.

Em Portugal o grupo emprega 300 pessoas e centra a sua atividade no setor automóvel e nas correias de distribuição, enquanto que a República Checa é uma unidade mais centrada no setor da construção.

Alberto Tavares lembra que o grupo alemão investiu em Portugal devido ao grande know how ligado ao têxtil que existia em Famalicão. O mesmo racional económico que levou o grupo Kap a investir quatro milhões de euros há cerca de um ano, no desenvolvimento da fábrica de Famalicão “através da incorporação de novas atividades de valor acrescentado”. Um investimento que já está a dar os primeiros frutos.

Maior rotatividade de quadros

A falta de mão-de-obra começa a ser apontada pelos empresários como um dos constrangimentos ao crescimento. Na Olbo & Mehler o problema ainda não se fez sentir. Porém, o responsável pela empresa admite que hoje “existe uma maior rotatividade dos quadros”. “E se dantes saiam para o estrangeiro hoje a mudança acontece dentro de Portugal”, diz.

No entender do CEO da empresa de origem alemã, isto deve-se “à maior procura da indústria por este tipo de engenheiros”. Um problema que a Olbo entende que se resolve com “salários adequados e sobretudo com a motivação dos trabalhadores”.

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