Indústria portuguesa do calçado investe 50 milhões de euros em inovação e economia digital

  • Lusa
  • 9 Março 2018

Com o novo roteiro FOOTure 4.0 pretende-se atrair jovens e criar competências, qualificar a gestão de topo das empresas, promover o empreendedorismo qualificado e promover a imagem da indústria.

A indústria portuguesa do calçado vai investir 50 milhões de euros em inovação e economia digital para fazer do setor “líder mundial na relação com os clientes através da sofisticação do produto, resposta rápida e nível de serviço”.

Hoje apresentado no Centro Tecnológico do Calçado (CTCP), em São João da Madeira, numa sessão presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, o FOOTure 4.0 apresenta-se como um “roteiro para economia digital” que visa “explorar as oportunidades criadas pela Indústria 4.0”, envolvendo “um novo ecossistema” de mais de 70 entidades entre empresas, ‘startup’ (empresas com potencial de crescimento), universidades, centros de inteligência e entidades do sistema científico e tecnológico”.

Segundo a Associação dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), o FOOTure 4.0 definiu quatro “prioridades estratégicas”: criar formas de interação com o cliente num contexto digital e em rede; melhorar a flexibilidade, tempo de resposta ao cliente, inteligência de negócios e sustentabilidade; qualificar o setor para a Indústria 4.0, tornando-o mais dinâmico, inovador e capaz de criar negócios; e melhorar a inteligência e imagem do setor.

Para atingir estes objetivos o roteiro prevê, por exemplo, o desenvolvimento de novos modelos de negócio, a utilização de estratégias omnicanal e a adoção de processos de cocriação com o cliente; a adoção de tecnologias e processos para assegurar uma produção rápida e flexível e transformações ao nível do desenvolvimento do produto, prototipagem eficiente e digitalização de processos.

António Costa destaca calçado como “um dos melhores exemplos” de inovação em Portugal

O primeiro-ministro, António Costa, destacou esta sexta-feira o setor do calçado como “um dos melhores exemplos, se não o melhor”, da importância da inovação no desenvolvimento do país, recordando que esta indústria soube “reinventar-se” após a “crise grave” que atravessou.

“Não era possível fazer um ‘Roteiro da Inovação’ que não tivesse um dia dedicado ao calçado, porque a história recente desta indústria é a boa demonstração de como o motor do nosso desenvolvimento tem que assentar na inovação”, que foi o que a “relançou como uma das grandes indústrias do futuro do país”, afirmou Costa durante uma visita à empresa Procalçado, em Pedroso, Vila Nova de Gaia, no âmbito do Roteiro da Inovação e Tecnologia.

Recordando que o setor “há algumas décadas enfrentou uma crise grave, com a abertura dos mercados globais, a entrada em força dos países asiáticos e as condições de competitividade a alterarem-se radicalmente”, o primeiro-ministro confessou ter hoje “orgulho” em dizer que Portugal tem “o segundo preço mundial [mais alto] em matéria de calçado”.

“E o que aconteceu foi inovação: A indústria do calçado soube reinventar-se e hoje o calçado que produzimos não é o calçado onde deixamos de ser competitivos há 20 anos, é um calçado de elevado valor acrescentado e onde a excelência da nossa produção voltou a fazer desta indústria uma das principais indústrias exportadoras nacionais e um modelo de competitividade”, sustentou.

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