Pico da procura por petróleo atingido em 2030, prevê a BP

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2018

O crescimento da procura de petróleo nas próximas décadas vai ser dirigido pelos meios aéreos, marítimos e ferroviários, mas vai começar a parar antes de 2040.

O crescimento da procura mundial de petróleo vai parar durante os últimos anos da década de 2030, prevê a petrolífera britânica BP na sua análise anual das perspetivas do mercado de energia.

O aumento da produção de petróleo de xisto pelos EUA vai determinar o crescimento da oferta na próxima década, segundo o documento “Energy Outlook 2018” da empresa.

Porém, em torno de 2030, os analistas previram que os produtores do Médio Oriente vão adotar uma nova estratégia para aumentar a sua quota de mercado e tornar a ultrapassar a produção norte-americana.

No setor dos transportes, o crescimento da procura de petróleo nas próximas décadas vai ser dirigido pelos meios aéreos, marítimos e ferroviários, mas vai começar a parar antes de 2040.

A partir daí, a principal fonte de crescimento na procura de petróleo estará nos usos “não combustíveis”, em particular como matéria-prima para a indústria petroquímica.

Durante o período considerado, a BP antecipa que a procura de gás natural vai crescer “de forma sólida” e chegar a superar o carvão como a segunda fonte de energia.

A petrolífera sublinhou mesmo assim a importância crescente dos automóveis elétricos, que em 2040 vão representar 15% dos automóveis em circulação – estimados em dois mil milhões – e fazer 30% dos quilómetros percorridos por veículos ligeiros de passageiros.

Mesmo assim, “a ideia de que o rápido crescimento dos carros elétricos vai provocar o colapso da procura de petróleo simplesmente não está apoiada nos números mais primários”, assinalou, em comunicado, o economista-chefe do grupo, Spencer Dale.

A BP antecipou também um aumento em 400% das energias renováveis, avanço este impulsionado pela crescente competitividade da produção de energia solar e eólica.

Os subsídios a estas produções vão desaparecer de forma paulatina a partir da segunda metade da década de 2020, à medida que possam fazer concorrência às energias fósseis.

A China vão ser a principal fonte de crescimento neste setor, ao acrescentar mais potência, proveniente das fontes de energia renováveis nos próximos 20 anos, do que todos os Estados membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento.

“Em 2040, o petróleo, o gás, o carvão e os combustíveis não fósseis vão representar, cada um deles, um quarto da energia mundial”, previu Dale.

O cenário analisado pela BP contempla um aumento das emissões de dióxido de carbono em 10% até 2040.

Apesar de se tratar de um aumento mais lento do que o ocorrido nos últimos 25 anos, “todavia está acima da acentuada descida que é necessário para conseguir cumprir os objetivos” da Cimeira do Clima, em Paris, preveniu o grupo petrolífero.

O administrador-delegado da BP, Bob Dudley, sustentou, por seu lado, que a estratégia da empresa tem de adaptar-se às “mudanças significativas” que se aproximam no mercado da energia.

“Não podemos prever para onde nos levam estas mudanças, mas podemos usar este conhecimento para estar alerta e preparados para assumir o nosso papel na altura de responder às necessidades energéticas do amanhã”, afirmou Dudley.

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