Bolsa de Lisboa dá um trambolhão e perde 1,3 mil milhões num só dia

Tensão ao rubro nas bolsas europeias. Em Lisboa, o índice que reúne as principais empresas portuguesas caiu mais de 2%, numa sessão em que perdeu mais de 150 milhões de euros por hora.

Vendaval nas bolsas europeias e, particularmente, na bolsa de Lisboa, que tombou mais de 2% esta segunda-feira. Foi uma sessão negra no arranque da semana: a forte pressão vendedora tirou à praça nacional mais de 1,3 mil milhões de euros. Por hora, o PSI-20 perdeu mais de 150 milhões de euros.

O PSI-20 fechou a perder 2,02% para os 5.305,310 pontos num dia marcado pela forte turbulência nos mercados internacionais. Londres, Paris e Milão caíram em torno de 1,5%. Em Frankfurt, o Dax registou uma queda mais de apenas 0,76%.

Isto acontece depois de um mês de janeiro muito positivo para as ações do Velho Continente, que se encontram agora a corrigir face ao rally protagonizado desde o início do ano. Por outro lado, este sell-off foi desencadeado também do outro lado do Atlântico na passada sexta-feira, depois de o Departamento de Trabalho ter anunciado que a economia criou mais emprego do que o esperado, deixando os investidores receosos de que o banco central promova mais subidas de juros este ano.

Este cenário colocou um aperto no mercado obrigacionista americano, provocando uma subida generalizada dos juros da dívida — em Portugal, de resto, a yield associada aos títulos a dez anos voltou a superar a fasquia dos 2%.

“O epicentro dest debilidade situa-se no mercado obrigacionista e mais precisamente na subida das yields. (…) só agora, e após meses de tendência ascendente, é que os investidores do mercados bolsistas começam a despertar para os potenciais efeitos nocivos que a subida das yields pode causar”, justificam os analistas do BPI.

Estes especialistas avisam ainda que o mercado está sensível e que “qualquer evento pode agravar o sentimento dos investidores”. E lembram: “ontem terminou o prazo para a CDU e a o SDP alcançarem um acordo para a formação de um governo [na Alemanha]”.

Por cá, BCP, Galp e EDP foram das cotadas que mais milhões perderam na bolsa. O banco liderado por Nuno Amado terminou a sessão com uma quebra de 1,81% para os 30,42 cêntimos, o que provocou um tombo de 219 milhões no seu valor de mercado. Já as energéticas, Galp e EDP, emagreceram 282 milhões e 294 milhões em termos de market cap, respetivamente, depois de registarem quedas de 2,23% e 2,92%.

A Galp, que revelou esta segunda-feira os resultados preliminares, regista uma quebra homóloga de 1,5% no crude processado em 2017. Isto, apesar do último trimestre mais positivo.

Na pior sessão desde 30 de janeiro, a Corticeira Amorim foi a única empresa a verde no índice, com uma subida de 1,20%.

(Notícia atualizada às 17h18 com mais informação)

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