Ministro das Finanças alemão: “Presidência de Centeno produzirá efeitos positivos”

Peter Altmaier confia na presidência portuguesa do Eurogrupo, garantindo o apoio da Alemanha. Contudo, o ministro das Finanças interino avisa que é preciso reduzir os riscos antes de os partilhar.

Jean-Claude Juncker com Peter Altmaier, ministro das Finanças alemão.© European Union , 2018 / EC - Audiovisual Service

Na sua primeira visita oficial enquanto presidente do Eurogrupo, Mário Centeno deslocou-se a Berlim para discutir o futuro da Zona Euro com o ministro alemão das Finanças, Peter Altmaier, que deixou palavras de apoio ao ministro português. Altmaier começou por eleger Portugal como uma história de sucesso e foi claro ao dizer que “a presidência de Centeno no Eurogrupo produzirá efeitos positivos”. Na próxima segunda-feira, Mário Centeno dirige pela primeira vez uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas.

É preciso reduzir os riscos antes de partilhar os riscos.

Peter Altmaier

Ministro das Finanças alemão

Peter Altmaier vê 2018 como um ano de recomeço para a Zona Euro, garantindo que a Alemanha quer contribuir para o avançar na União Económica e Monetária, mas também na União Bancária — uma posição que consta do acordo entre a CDU e o SPD para formar Governo. “A Zona Euro está melhor do que nunca“, defendeu o ministro alemão que sucedeu ao polémico Wolfgang Schäuble, uma herança que Altmaier diz querer dar continuidade. No entanto, o atual ministro referiu que foi um “erro” dividir o norte e o sul da Europa, assinalando que “a questão é se há ou não sucesso” nas políticas.

Numa conferência de imprensa após o encontro em Berlim, ambos deixaram sinais de concordância, mas sempre com a ressalva de que nada está decidido e que ainda existirá muita discussão nos próximos meses. No entanto, há uma certeza para os alemães: “É preciso reduzir os riscos antes de partilhar os riscos”, afirmou Peter Altmaier, assinalando que é preciso garantir a “estabilidade” e a “prosperidade” dos Estados-membros. Mário Centeno concordou: “Temos de continuar a implementar medidas que reduzam o risco”.

Quanto a prazos parece não haver acordo. Apesar de Centeno querer acelerar a implementação das medidas — “é preciso entregar resultados”, disse na conferência –, até junho (mês em que se vai realizar uma cimeira) só deverá conseguir ter uma “sequência” das reformas para que estas “façam sentido” para todos os países. “Precisamos de ambição como de pragmatismo”, defendeu Mário Centeno, argumentando que existe “uma oportunidade única nos próximos meses que temos de aproveitar”.

O problema não se coloca apenas com a complexidade dos temas e a necessidade de acordo entre os Estados-membros, mas também com os atrasos na solução governativa na Alemanha. O próprio ministro das Finanças alemão admitiu essa possibilidade, evitando comprometer-se com prazos para os avanços. E há temas que nem serão discutidos pelo Eurogrupo: é o caso de um eventual ministro das Finanças para a Zona Euro, uma decisão que para Altmaier terá de ser decidida pelo Conselho Europeu onde estão sentados todos os chefes de Governo da União Europeia.

 

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