Melhores mestrados em Gestão em Portugal dão salário até 46 mil euros

  • ECO
  • 13 Setembro 2017

Estão entre os 95 melhores mestrados em Gestão do mundo. A Universidade Nova, a Católica e o ISCTE garantem salários anuais entre os 33 mil euros e os 46 mil euros.

Portugal está nas bocas do mundo. Ou melhor, nos rankings do Financial Times. Mais um ano, mais posições acima e, este ano, mais uma escola portuguesa incluída no top. A Nova SBE, a Católica Lisbon e o ISCTE Business School estão no ranking das melhores do mundo e são as três escolas portuguesas com os melhores mestrados em Gestão.

A Nova School of Business and Economics manteve este ano o registo de 17.ª melhor no mestrado em Gestão do mundo e os alunos que de lá saem conseguem um salário anual, em média, de 46 mil euros, de acordo com o FT (acesso pago/conteúdo em inglês). Atrás, surge o mestrado em gestão na Católica Lisbon com uma média de salários de 38,8 mil euros anuais e, por fim, o grau de mestre em gestão de empresas no ISCTE garante, em teoria, cerca de 33 mil euros. O cálculo é feito a partir da média dos salários dos alunos que frequentaram esses mestrados nos três anos após a conclusão do curso, mas este não é um critério usado na elaboração do ranking, a questão salarial é ponderada de outra forma.

As melhores universidades e os salários médios

O mestrado da Nova SBE é o melhor em território nacional, segundo o FT, e isso percebe-se pelo número de inscrições que aumentou 30% este ano, com mais candidaturas internacionais do que nacionais, pela primeira vez. Chama-se “International Masters in Management” e é lecionado totalmente em inglês. Ao ECO, a faculdade esclarece que 99% dos estudantes conseguem emprego três meses após a conclusão do curso. Quanto às oportunidades, a taxa de empregabilidade no estrangeiro é alta, correspondendo a 60%. Estes valores vêm justificar ainda mais o porquê de a escola estar nas vinte melhores do mundo.

No que diz respeito às saídas profissionais, essas são variadas. A vantagem de um mestrado em Gestão é a diversidade de áreas em que os graduados conseguem inserir-se no mercado de trabalho. Desde a consultoria, à tecnologia, passando pela área financeira e pela banca de investimento, o aluno fica preparado para várias vertentes.

As parcerias com várias empresas no mercado possibilitam os processos de recrutamento, que permitem cargos em entidades como Deloitte, KPMG, BNP Paribas, Ernst & Young ou PwC – as cinco empresas com mais profissionais recrutados neste mestrado.

Uns lugares abaixo, a ocupar a 38.ª posição, está a Católica Lisbon, que subiu 14 lugares face ao ano passado. Criado em 2007, o “Master in Management” é o segundo melhor a nível nacional e garante um salário anual médio de cerca de 38,8 mil euros. A Católica Lisbon surge ainda como a terceira melhor escola do mundo e a segunda melhor da Europa no que diz respeito à evolução do percurso profissional dos alunos, entre a conclusão do mestrado e os três anos seguintes.

Contrariamente ao verificado na Nova SBE, na Católica a taxa de empregabilidade fora do país é bastante mais baixa, correspondendo a 31%, sendo que 69% dos graduados estão empregados em Portugal. De um modo geral, estão distribuídos pelas áreas de consultoria (25%), grande consumo e retalho (21%), banca e serviços financeiros (13%) e auditoria (8%).

Por último, mas com um destaque especial, está o ISCTE Business School que se estreia este ano no ranking do Financial Times. O programa “Msc in Business Administration”, criado em 2008, ocupa a 84.ª posição e conta já com algumas carreiras de destaque.

A garantir um salário médio anual de cerca de 33 mil euros, o mestrado em gestão de empresas do ISCTE contempla duas turmas — uma onde os conteúdos são dados em português e outra em inglês, e oferece um prémio ao melhor aluno, patrocinado pela PwC Portugal, uma empresa de auditoria e consultoria.

Pedro Manuel Viana, coordenador executivo do ISCTE, explica que “a maior parte dos graduados do mestrado em Gestão de Empresas mantém-se por Portugal, embora em empresas multinacionais com uma forte presença no estrangeiro”.

Os mestrados em Gestão têm vindo a ganhar cada vez mais prestígio, facto que é suportado pelo aumento exponencial do número de candidaturas e prémios. Ser mestre num dos melhores cursos de gestão do mundo tem os seus custos, mas que, a longo prazo, podem ser recompensados pelos salários que oferecem. Obter o grau de mestre na Nova SBE tem um custo que ronda os dez mil euros, enquanto na Católica e no ISCTE fica à volta dos sete mil euros.

Top do ranking não garante os melhores salários

Há três anos consecutivos que não se verificam quaisquer alterações nas primeiras posições a nível mundial, ocupadas pela University of Gallen, na Suíça, em primeiro lugar, seguida da HEC em Paris e da IE Business School em Espanha, que subiu quatro lugares desde o ano passado. Portugal é o sexto país com mais escolas de gestão contempladas no ranking.

Mas estar no topo do ranking não significa ter o melhor salário. O mestrado que, em teoria, garante o valor mais alto em termos de salário anual não fica na Europa. O “Post Graduate Programme in Management” é lecionado na Índia, no Indian Institute of Management Ahmedabad onde o alunos recebem, em média, 116,5 mil euros anuais. No extremo oposto da lista surge o Reino Unido. O mestrado em gestão, na Nottingham Business School at NTU, oferece o salário mais baixo de todos três anos após a conclusão — 32,3 mil euros por ano.

O melhor de todos, o mestrado da University of Gallen, na Suíça, dá aos alunos a possibilidade de ter um salário médio anual de 95,45 mil euros.

Metodologia

O ranking do Financial Times é feito com base em 17 indicadores: sete dos quais com base em respostas dadas por ex-alunos, que têm um peso de 58%. Os restantes dez são calculados a partir de dados das escolas e têm um peso de 42%.

A taxa de empregabilidade, a progressão na carreira após o curso, a evolução salarial e a mobilidade internacional foram alguns dos critérios tidos em conta. A evolução salarial tem um peso de 10% e é calculado pela diferença média dos salários dos ex-alunos após a conclusão do mestrado e o salário três anos depois. O salário médio atual dos ex-alunos tem um peso de 20%, sendo removido o salário mais alto e o mais baixo.

As propinas dos cursos e a sua duração, o número de estudantes matriculados, a percentagem de estudantes que realizam estágios e a necessidade de um curso anterior relevante não são tidos em conta no ranking.

Pode consultar aqui o ranking (conteúdo pago).

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