Donos dos Rolls-Royce são mais jovens do que se pensa

  • Bloomberg
  • 2 Julho 2017

A Rolls-Royce já não é o automóvel preferido do reformado abastado. São cada vez mais jovens os compradores desta histórica marca britânica.

A Rolls-Royce pode não impressionar no requisito do dinamismo. Afinal, essa instituição de 111 anos não tem nenhuma pressa para produzir seus imponentes carros de meio milhão de dólares. O Phantom de três toneladas, por exemplo, exige mais de 800 horas de trabalho da equipa da marca em Goodwood, Inglaterra, antes de ser entregue pessoalmente ao seu dignitário em qualquer local exótico.

Mas, segundo o CEO Torsten Müller-Ötvös, a maior parte dos compradores da marca é surpreendentemente jovem.

“Estamos a assistir, neste segmento de indivíduos de crescimento muito elevado, uma queda rápida da média de idade”, disse Müller-Ötvös. “É fantástico, realmente”.

Na prática, isso significa que a média de idade global de um cliente da Rolls-Royce é de 45 anos, contra uma média de 56 registada há sete anos, disse. Trata-se de uma média de idade menor que a dos compradores de automóveis em geral, que está em torno de 52, e menor também que a média de idade dos compradores de carros de luxo, que é de 50, segundo os dados fornecidos à Bloomberg pela Kelley Blue Book.

A Buick, por exemplo, tem uma idade média de compra de 59 anos. Na Cadillac, a média é de 52, na Mercedes-Benz é de 51 e na BMW, de 50, segundo a KBB. O cliente médio da Land Rover tem 45 anos, o mais jovem de todas as empresas incluídas nos dados. A Bentley, uma concorrente da Rolls-Royce, revelou que a média de idade de seus compradores era de 56,2 anos em 2014, mas que esse número provavelmente é, atualmente, mais baixo.

Consiga o dinheiro

Por que é importante atrair um grupo de compradores mais jovens? Por um lado, isso evita a hipotética eventualidade de os clientes acabarem por morrer. Compradores mais velhos tendem a ser compradores leais, mas à medida que envelhecem, o total de clientes naturalmente diminui.

De forma mais imediata, a questão está relacionada à imagem da marca. Se os carros são conduzidos por aposentados, o resto do mundo inevitavelmente associa a marca à idade desse grupo. Isso não fomenta exatamente uma expectativa de compra futura.

“Se a marca é atraente apenas para compradores mais velhos, não está a ampliar esse grupo”, disse Stephanie Brinley, analista para as Américas da IHS Automotive. “Se a marca não se conecta, pelo menos como objeto de aspiração, com os compradores mais jovens, é provável que estes não pensem nela quando chegarem aos 45 ou 50 anos e puderem comprar seu produto”.

Fator positivo

A razão para a juventude relativa dos compradores da Rolls-Royce tem a ver com a forma em que eles estão a gerar a riqueza, diz Müller-Ötvös. O CEO da marca nota que, ao contrário do que acontecia nas décadas anteriores, as pessoas que agora aparecem nos concessionários da Rolls têm o seu próprio dinheiro. Fizeram a sua própria fortuna.

“Já não se trata de dinheiro herdado”, afirmou. “A maior parte é dinheiro próprio de pessoas muito jovens que já estão a fazer fortunas, seja no ramo imobiliário, seja na engenharia, seja em tecnologia da informação, seja em entretenimento, seja no que for”.

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