Governo diz que crescimento acelera suportado pelo investimento

  • Margarida Peixoto
  • 14 Fevereiro 2017

Na reação aos números revelados pelo INE, o Governo diz que o crescimento económico está a acelerar de forma sustentada, suportado pelo investimento. Passos diz precisamente o oposto.

O crescimento económico está a acelerar, é sustentado e reforça a confiança nos resultados de 2017. Mais: os salários deverão ter crescido acima de 2%. Esta é a leitura que o Ministério das Finanças faz dos dados revelados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dão conta de um crescimento do PIB de 1,4% em 2016, e de 1,9% no último trimestre do ano passado.

“Os dados do crescimento económico divulgados pelo INE confirmam a aceleração da economia portuguesa”, lê-se no comunicado enviado pelo gabinete de Mário Centeno, ministro das Finanças, às redações.

O comunicado frisa que a aceleração do crescimento, em termos homólogos, verificada nos últimos três meses do ano, está suportada pelo investimento, “que teve o principal contributo para o aumento do crescimento”. E nota: “Este reforço do investimento é fundamental para a sustentabilidade do crescimento ao longo de 2017.”

Para fundamentar as boas expectativas para este ano, o Ministério das Finanças lembra “o aumento das intenções de investimento manifestadas pelas empresas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento” e destaca “o crescimento homólogo de 8,1% da importação de máquinas e outros bens de capital” no último trimestre de 2016.

“Estes dados confirmam a solidez e o rigor das estimativas subjacentes ao Orçamento do Estado de 2017, reforçando a convicção do Governo nos pressupostos orçamentais e no crescimento em 2017”, garantem ainda as Finanças.

Salários cresceram acima de 2%

O Governo aproveita ainda para somar indicadores sobre o mercado de trabalho, defendendo que é o facto de o crescimento ser sustentável que permite criar emprego duradouro. “A evolução da situação no mercado de trabalho é consistente com uma recuperação sustentada da economia”, lê-se no comunicado.

"A criação de emprego de qualidade é o melhor indicador de que o crescimento da economia portuguesa é um crescimento inclusivo e criador de valor, sustentando o crescimento dos salários que em 2016, de acordo com os dados da Segurança Social, se situará, em média, acima de 2%.”

Ministério das Finanças

Fonte oficial

O Governo dá conta de “100 mil novos trabalhadores” assalariados, dos quais 80 mil foram contratados sem termo e apenas 20 mil a prazo. Além disso, 82 mil desses novos trabalhadores têm formação universitária, frisa o comunicado, adiantando que “segundo dados da Segurança Social” os salários terão crescido, “em média, acima de 2%”.

Portugal retomou “trajetória de convergência”

Além de sublinhar que os valores do quarto trimestre de 2016 voltaram a ficar acima da média de crescimento da zona euro e da União Europeia, bem como da previsão assumida pela Comissão Europeia nas Previsões de Inverno publicadas esta segunda-feira, o ministério de Mário Centeno notou que a economia portuguesa voltou a convergir com os parceiros comunitários.

“Portugal é um dos países que mais cresce no atual contexto europeu”, lê-se no comunicado, que frisa que a economia nacional retoma “uma trajetória de convergência real há muito perdida”.

António Costa, primeiro-ministro, também reagiu, no Twitter:

Os mesmos números, outra leitura

À mesma hora que o comunicado o Ministério das Finanças chegava às redações, Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, reagia aos jornalistas defendendo precisamente o oposto.

“Para que o país cresça sustentadamente tem de ser com investimento, que foi o que não aconteceu em 2016: afundou”, disse o social-democrata. O líder da oposição frisou que “o consumo é bem-vindo”, mas notou que “uma economia endividada como a nossa tem de crescer pelo investimento e pelas exportações.” Por isso, para Passos Coelho “a estratégia económica revelou-se desacertada” e deve ser corrigida em 2017.

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