Gasolina e gasóleo sobem pela 10.ª semana consecutiva. Vai pagar mais um cêntimo por cada litro

  • ECO
  • 25 Maio 2018

É mais um aumento, neste caso o 10.º consecutivo. Os preços dos combustíveis vão ficar mais caros na próxima semana, renovando máximos de 2014.

Os combustíveis não param de aumentar. Com os preços do petróleo em alta, a fatura dos portugueses com a gasolina e o gasóleo vai agravar-se ainda mais na próxima semana. Será a 10.ª subida consecutiva dos preços nos postos de abastecimento nacionais, atirando os valores de venda para novos máximos de 2014.

De acordo com fonte do setor, tanto a gasolina como o gasóleo simples vão registar aumentos na ordem de um cêntimo por litro, depois da forte subida na última revisão. Mantém-se a tendência de subida dos preços das últimas semanas numa altura em que o preço do barril de petróleo está a negociar perto dos 80 dólares, reflexo da quebra de produção da Venezuela mas também das sanções dos EUA ao Irão.

Com este novo aumento, o preço médio de venda do gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá passar dos atuais 1,36 euros, segundo a Direção Geral de Energia e Geologia, para 1,37 euros por litro. Nos postos de abastecimento das gasolineiras de referência, deverá ficar perto dos 1,47 euros, um máximo de 2014.

Também a gasolina simples de 95 octanas vai renovar máximos, podendo chegar aos 1,68 euros nos postos de referência. Em termos de valores médios de venda, o litro deste combustível deverá passar dos atuais 1,578 para 1,588 euros.

São novas subidas num país em que os preços dos combustíveis são já dos mais elevados da Europa. A gasolina em Portugal é a 5.ª mais cara entre os 28 da União Europeia, estando o gasóleo na 10.ª posição.

A explicação para estes valores está, essencialmente, na fiscalidade que recai sobre estes produtos. Os impostos são responsáveis por mais de metade do valor cobrado por cada litro, sendo o principal o Imposto Sobre produtos Petrolíferos (ISP).

"Faz sentido olhar para a despesa, para a receita, e pensar se eu reduzir a taxa de ISP, algum imposto vai ter de ser alterado ou algum tipo de despesa vai ser alterada, ou então temos um aumento do défice.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

PSD e CDS-PP culparam esta quinta-feira o Governo e os seus parceiros parlamentares pelo “pesadelo” do “saque” aos portugueses nos combustíveis, acusando o Executivo de falhar a “palavra dada” e recolher mais de mil milhões de euros em “austeridade encapotada”. O CDS, criticando o peso do ISP no custo dos combustíveis, anunciou que vai propor a sua redução.

Em resposta, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças defendeu que “qualquer alteração desse imposto tem de ser pensada num quadro mais geral de alteração dos impostos”.

“Faz sentido olhar para a despesa, para a receita, e pensar se eu reduzir a taxa de ISP, algum imposto vai ter de ser alterado ou algum tipo de despesa vai ser alterada, ou então temos um aumento do défice. Aquilo que temos é um nível de tributação dos combustíveis que nos parece adequado àquilo que é o nível de tributação dos combustíveis de outros países da Europa”, contrapôs Mourinho Félix.

(Notícia atualizada às 11h14 com mais informação)

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