Media Capital consegue os melhores resultados numa década

A dona da TVI fechou o ano de 2017 com um aumento de 4% nos lucros para 19,787 milhões de euros, mas registou uma queda de 5% nas receitas. Compensou a menor faturação cortando 5% nas despesas.

A Media Capital aumentou os lucros num cenário de menos receitas e conseguiu fechar o ano de 2017 com os melhores resultados numa década. A dona da TVI fechou o ano com um resultado líquido positivo de 19,787 milhões de euros, mais 4% do que no ano anterior. Lucro conseguido num ano em que as receitas da empresa caíram 5%, para 165,46 milhões de euros.

São os melhores resultados da Media Capital MCP 0,00% desde 2008 e surgem no mesmo ano em que foi conhecida a intenção da Altice em adquirir a Media Capital por 440 milhões de euros, um negócio que aguarda parecer do regulador da concorrência. A empresa é atualmente detida pela Prisa que é dona, além da estação de Queluz de Baixo, da rádio Comercial e da produtora Plural, entre outros órgãos de comunicação social.

Em 2017, o maior grupo de media português conseguiu um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de menos 3% face a 2016, cifrando-se nos 40,077 milhões de euros. De todos os segmentos de negócio core da empresa liderada por Rosa Cullell, apenas a rádio contribuiu mais em receitas. A Media Capital viu as receitas com televisão caírem 4% para quase 136,2 milhões de euros e as da produção audiovisual afundaram 21%, para 31,94 milhões de euros.

No relatório enviado esta terça-feira à CMVM, a dona da TVI admite que, “em 2017, os rendimentos de publicidade ficaram 2% aquém do valor atingido em 2016”. No entanto, as receitas com este negócio cresceram 3% tendo apenas em conta o quarto trimestre, que contribuiu com dez dos cerca de 19,8 milhões de euros de lucro no ano.

Quanto ao passivo do grupo português, a Media Capital reduziu o passivo em 3%, ou cerca de 2,8 milhões de euros. Desta forma, a dona da TVI tem agora uma dívida líquida de 95,262 milhões de euros. Segundo o relatório, a empresa “mantém assim uma confortável estrutura de capital”.

Em reação aos resultados, Pedro Mendes, responsável das relações com investidores da Media Capital, disse ao ECO: “São resultados bons, de facto, que tiveram uma condicionante menos positiva, que foi a do mercado da publicidade, que andou com algumas oscilações relevantes ao longo do ano.”

Desafiado a explicar esta queda no mercado publicitário registada pela empresa, Pedro Mendes indicou: “Aqui há alguns anos, o mercado da publicidade andava mais próximo do ciclo económico. Depois de 2008, começou a haver um certo decoupling. Descolou um pouco o racional e temos assistido a alguns anos em que o mercado vai para um lado e a economia vai para o outro. Temos sabido gerir bem isso e os nossos resultados dizem isso mesmo.”

OPA da Altice não tem impacto nas operações

O responsável das relações com investidores da Media Capital considera também que a proposta de compra da Altice pelo grupo, no valor de 440 milhões de euros, não é uma condicionante nas operações da empresa. Questionado sobre o significado destes números num contexto de oferta pública de aquisição (OPA) da Meo, detida pela Altice, Pedro Mendes afirmou: “Essa operação é algo entre os acionistas. À gestão compete gerir sempre o melhor possível o grupo, independentemente desse tipo de contextos.”

E concluiu: “É isso que tem de ser feito, numa total isenção face à operação. A operação em si, enquanto está a ser avaliada, não afeta rigorosamente nada aquilo que é a normal operação do grupo. Estamos perfeitamente tranquilos em fazer aquilo que achamos que temos de fazer.”

(Notícia atualizada às 18h33 com declarações de Pedro Mendes)

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