Venda da Naturgas puxa lucros da EDP para 1.147 milhões

A elétrica nacional fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 1.147 milhões de euros, mais 86% do que em igual período do ano anterior. Extraordinários são os responsáveis pelo crescimento.

A EDP alcançou um lucro de 1.147 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um crescimento de 86% face a igual período do ano anterior, anunciou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A elétrica nacional, liderada por António Mexia justifica este crescimento dos lucros com o impacto da mais-valia de 558 milhões com a venda da Naturgas. Sem o efeito extraordinário, os lucros teriam subido de 615 milhões para 633 milhões de euros.

Os analistas do CaixaBI estimavam que os lucros da EDP para o período em análise alcançassem os 583 milhões de euros, uma queda de 5% face aos lucros de 615 milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior.

Apesar do aumento dos lucros, a EDP sofreu uma queda de 3% na margem bruta do grupo, que se cifrou nos 4,122 mil milhões de euros.

Já o EBITDA cresceu 13% para os 3,26 mil milhões de euros, ajustado dos ganhos não recorrentes o EBITDA recuou 4% para 2,7 mil milhões de euros, “refletindo essencialmente a desconsolidação da atividade de distribuição de gás em Espanha, a partir de 27 de julho de 2017”. A EDP explica que apesar da sua capacidade de produção ter aumentado, o grupo enfrentou “condições atmosféricas extremamente secas nos primeiros nove meses do ano contra uma hidraulicidade excecionalmente elevada nos primeiros nove meses de 2016”.

Analisando o EBITDA constata-se que a produção e comercialização na Ibérica desceu 39% em termos homólogos para 518 milhões de euros “penalizado por uma hidraulicidade muito fraca e preços spot mais elevados, que comparam muito desfavoravelmente com igual os nove meses do ano anterior muito chuvosos e com preços baixos”. A EDP refere que a hidraulicidade em Portugal nos primeiros nove meses do ano ficou 43% aquém da média histórica.

Já nas redes reguladas na península Ibérica o EBITDA desceu 4% para 717 milhões de euros, impactado pela venda de atividade de distribuição de gás em Espanha.

Em sentido inverso aparece a atividade eólica e solar, cujo EBITDA subiu 17% para 991 milhões de euros para o período em análise. Este valor foi impulsionado por uma subida de 10% na produção, por proveitos com parcerias institucionais mais altos e o impacto da venda de uma participação minoritária no projeto offshore em Moray, no Reino Unido.

O Brasil, por seu turno, contribuiu com 464 milhões de euros, valor em linha com o registado em igual período do ano anterior.

A dívida líquida recuou 5%, tendo passado de 15,9 mil milhões de euros em dezembro de 2016 para 15,1 mil milhões de euros em setembro de 2017. A redução da dívida é impactada essencialmente pela venda da Naturgas. A venda da espanhola Naturgas ficou fechada em março deste ano, pelo montante de 2,5 mil milhões de euros. A empresa de Mexia garantia, na altura, que o negócio teria um impacto de cerca de 2,3 mil milhões de euros na redução da dívida líquida da EDP em 2017.

Em termos de investimento operacional, a EDP dá conta de que este ascendeu a 1,078 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 60% dos quais dedicado a projetos de expansão: nova capacidade hídrica e eólica (754 milhões de euros). No comunicado a elétrica nacional diz ainda que: “91% do investimento operacional foi dedicado a atividades reguladas ou contratadas a longo prazo”.

O investimento líquido atingiu os 1,148 mil milhões de euros que compara com os 505 milhões de euros registado nos primeiros nove meses do ano anterior. Este montante inclui 1,078 mil milhões de euros de capex e 70 milhões de investimentos financeiros, excluindo a venda da participação minoritária em ativos eólicos em Portugal à CTG.

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