Um dia depois das eleições, já há uma baixa na extrema-direita alemã

Frauke Petry, uma das figuras mais proeminentes da extrema-direita alemã, anunciou que não se vai sentar com o grupo parlamentar da AfD no Bundestag. Decisão apanhou os políticos alemães de surpresa.

Frauke Petry anunciou de surpresa que não se sentará com o grupo parlamentar pelo qual foi eleita deputada este domingo. Permanecerá deputada independenteWikimedia Commons

O partido de extrema-direita alemão Alternative für Deutschland (AfD) alcançou um resultado histórico nas eleições deste domingo, ficando em terceiro lugar com 13% dos votos e conquistando 88 lugares no parlamento, o Bundestag. No entanto, um dia após o sufrágio, surge uma baixa de peso: Frauke Petry, líder da AfD e considerada uma das figuras mais proeminentes do partido, segundo o jornal britânico The Guardian.

De acordo com o The Independent, Frauke Petry anunciou, em conferência de imprensa, que decidiu que não irá exercer o mandato no grupo parlamentar da AfD, o que a tornará automaticamente numa deputada independente. “Decidi, após uma cuidadosa reflexão, que não me sentarei com o grupo parlamentar [da AfD]”, disse aos jornalistas em Berlim. Petry posicionava-se na ala mais moderada dentro do partido de extrema-direita.

Porém, a decisão causou surpresa a muitos políticos alemães, que não esperavam uma decisão deste género. Nem mesmo Jörg Meuthen, um dos líderes da AfD, que terá ficado perplexo com o anúncio de Petry: “Isto não foi discutido connosco. Não sabíamos de nada”, disse após a conferência de imprensa, acusando Petry de ter “largado uma bomba”.

Ainda não é claro se Frauke Petry continuará militante do partido. Segundo o The Independent, a recém-eleita deputada esteve envolvida num imbróglio com outra figura forte do partido, Alexander Gauland. Petry reclamava o título de cabeça-de-lista da candidatura, mas perdeu-o para Gauland, a principal cara a AfD na imprensa alemã, refere o jornal.

O The Guardian destaca que esta decisão põe a descoberto uma AfD que continua desunida, sendo que Petry era vista como um elemento unificador no partido. Com 88 lugares conquistados, a extrema-direita regressa assim ao parlamento alemão, algo que não acontecia desde o fim da segunda guerra mundial. Angela Merkel, atual chanceler, conseguiu a vitória com 33% dos votos, mas terá de formar uma coligação para conseguir governar no mandato que aí vem.

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