Bruxelas apertará acesso das financeiras americanas à UE se Trump mudar regras

Bruxelas admite rever regras de equivalência que as empresas financeiras americanas beneficiam no acesso ao mercado comunitário se Trump empreender profundas alterações no sistema financeiro dos EUA.

A desregulação do setor financeiro que Donald Trump pretende implementar em Wall Street poderá ameaçar o acesso das empresas financeiras norte-americanas ao mercado de capitais da União Europeia, admitiu esta terça-feira o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

O responsável adiantou aos deputados em Bruxelas que a comissão deverá analisar os “efeitos práticos” da revisão da legislação sobre o setor financeiro que a Administração norte-americana pretende impor como forma de libertar os bancos de maior pressão regulatória, conferindo maior disponibilidade do setor para conceder crédito à economia.

Ainda assim, se registar profundas alterações no pacote legislativo chamado Dodd-Frank, Bruxelas deverá ser forçada a reavaliar a robustez da supervisão do mercado norte-americano e possivelmente reconsiderar as decisões de equivalência que garantem acesso privilegiado das empresas dos EUA ao mercado comunitário europeu.

"Decisões sobre a equivalência serão baseadas na assunção de que as regras de um país terceiro estão a atingir os mesmos resultados regulamentares ou de supervisão que as regras da UE. Se isto mudar, também faz com que olhemos de novo para as decisões de equivalência.”

Valdis Dombrovskis

Vice-presidente da Comissão Europeia

Empresas como a CME Group, uma das maiores câmaras de compensação para produtos derivados, poderão ser bastante afetadas uma vez que depende destas determinações de equivalência para exercer atividade com os seus clientes na Europa, adianta a Bloomberg.

“Decisões sobre a equivalência serão baseadas na assunção de que as regras de um país terceiro estão a atingir os mesmos resultados regulamentares ou de supervisão que as regras da UE”, declarou Dombrovskis. “Se isto mudar, também faz com que olhemos de novo para as decisões de equivalência”, frisou.

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