Altice Labs, tecnologia de Portugal para o mundo

Lançado há um ano, o projeto que decorre da PT inovação tem exportado tecnologia para os cinco continentes. Agora abre portas ao mundo, com o Future Labs.

Em Aveiro, o futuro é agora. A Altice Labs decidiu comemorar o primeiro aniversário do projeto do laboratório de inovação, inaugurado em Aveiro, para lançar o Future Lab, uma espécie de incubadora de prototipagem rápida que abre a empresa ao exterior. A ideia é que, tanto trabalhadores da PT como estudantes, empreendedores e outros interessados em áreas como a eletrónica ou a robótica possam usar a infraestrutura dos laboratórios de Aveiro para criarem e desenvolverem ideias e projetos.

“Esta é uma oportunidade para abrirmos o espaço a estudantes e ao exterior. Temos já programação para o próximo semestre, incluindo makers e programadores que nos permitam uma maior ligação a estas comunidades e, quem sabe, a implementação de novas ideias na nossa rede”, explica Alcino Lavrador, diretor geral da Altice Labs, durante a visita ao espaço um dia antes da inauguração.

O espaço, uma sala quadrada onde os makers podem desenvolver e testar ideias, tem disponíveis quatro áreas de atuação. As equipas de domótica, eletrónica, realidade aumentada e inteligência artificial são geridas por um chefe — responsável por uma mesa — e é ali que a magia acontece, dia após dia. O Future Lab conta com mentores da Altice Labs e de comunidades de makers para “ajudar a apreender e a testar ideias com concretização em protótipos, tirando partido das oportunidades criadas pela transformação digital na indústria e na sociedade”, explica a PT em comunicado.

Aqui é possível experimentar rápido e falhar rápido.

Alcino Lavrador

Diretor geral Altice Labs

“Achamos que Aveiro, por todas as razões, pode ser embrião de algo maior”, disse Pedro Queirós, da Ericsson Portugal, antes da assinatura do memorando de entendimento entre as duas empresas, que dá origem ao laboratório de desenvolvimento 5G em Portugal. A Altice faz parte da iniciativa europeia 5G PPP, que serve de base à estratégia de liderança da Europa para a tecnologia 5G a nível mundial. “O processo envolve um esforço muito grande porque se trata de uma disrupção face às estruturas de rede existentes atualmente”, assinala Alcino Lavrador, que garante que antes de 2020 não será possível fazer experiências deste novo tipo de malha de rede.

Holograma entre quatro paredes

Em Aveiro, até o diretor serviu de cobaia. Alcino Lavrador foi uma das pessoas filmadas para uma das experiências desenvolvidas, ao longo dos últimos meses, na Altice Labs. O diretor geral do laboratório foi filmado por quatro câmaras de telemóveis: as imagens foram processadas, programadas e transformadas num projeto de um holograma, em exposição na sala onde está a Future Labs, o projeto recém-criado da Altice Labs.

Holograma desenvolvido na Altice Labs.Mariana de Araújo Barbosa/ECO

“É a arte da inovação. Quando soubemos da existência deste centro de inovação quisemos concentrar todas as inovações do grupo em Aveiro e inovar para o mundo a partir Portugal. Estamos muito orgulhosos porque os produtos desenvolvidos na Altice Labs e estamos, não só na vanguarda da fibra em Portugal como em muitos outros países do mundo. Isso torna a Altice Labs um ativo valioso para o grupo. Temos mais de 1000 engenheiros a trabalhar em vários centros para trazer inovação ao grupo”, referiu Michel Combes, CEO do grupo Altice, acrescentando que o laboratório de Aveiro é o garante de que o grupo internacional, presente em todos os continentes, continua a funcionar também segundo uma lógica de startup, “com um mindset de empreendedores”.

“É a única forma de continuarmos a liderar a indústria e a ser inovadores”, garante o responsável.

"A Altice Labs mostrou-nos como as coisas precisam de ser feitas, como devemos investir em novas ideias e projetos e pensar fora da caixa.”

Michel Combes

CEO grupo Altice

Inaugurada em janeiro de 2016, a Altice Labs é um projeto de desenvolvimento de inovação que decorreu da PT Inovação (criada há 22 anos). A ideia é que, a partir de Aveiro, o grupo Altice possa inovar de Portugal para o mundo e exportar tecnologia pensada, criada e desenvolvida inteiramente no país. E essa expansão tem sido uma das marcas do laboratório: no último ano, as tecnologias desenvolvidas na cidade portuguesa chegaram a mercados como França, Israel ou Estados Unidos. Dos cerca de mil engenheiros envolvidos no processo, 650 trabalham a partir de Portugal, focados em criar e exportar tecnologia made in Portugal para mais de 250 milhões de pessoas em 34 países do mundo onde o grupo tem negócios.

“A Altice Labs tem três vetores fundamentais de atuação: inovação para criar negócio, valor; exportação de hardware e tecnologia e criação de emprego”, explicou Alexandre Fonseca, CTO do laboratório de inovação.

O elemento verdadeiramente diferenciador da Altice Labs é a sua metodologia de inovação. Ter boas ideias é relativamente fácil. Difícil é pensar a inovação de forma sistemática e isso a Altice Labs fá-lo de tal forma eficiente e eficaz, ao ponto de ser desafiada um pouco por todo o mundo ao desenvolvimento de soluções de hardware para infraestruturas de telecomunicações, cujo impacto nos mercados locais, quer ao nível operacional, quer financeiro e de negócio, é completamente estruturante”, assinala Alexandre Fonseca.

Até 2018, e por normativas europeias, testes com 5G serão mandatórios para os operadores e, em 2020, cada país terá uma cidade em 5G. Cinco anos depois, em 2025, os planos são para que as principais cidades europeias já funcionem com tecnologia 5G. “5G é o próximo passo em termos de tecnologia. Garante velocidades maiores, inteligência maior e uma latência — tempo de resposta — menor”, explicou Pedro Queirós, da Ericsson Portugal, na conferência de imprensa, esta manhã.

Alcino Lavrador é diretor geral da Altice Labs, os laboratórios de inovação do grupo em Aveiro.Mariana de Araújo Barbosa/ECO

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