May quer oferecer regulação menos rígida a empresas europeias

  • Ana Luísa Alves
  • 25 Janeiro 2017

Para May, Londres poderá tornar-se um paraíso fiscal. Mas, para Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, este é um "enorme erro" e pode custar aos ingleses um acordo justo com a UE.

Os bancos londrinos arriscam perder os privilégios e os acessos para negociar com a União Europeia, a não ser que o governo londrino concorde em cumprir a regulação financeira decidida em Bruxelas, mesmo que isto só aconteça depois de o Reino Unido sair definidamente do bloco.

“É impensável que a União Europeia permita às instituições financeiras com base no Reino Unido o acesso ao mercado europeu para negociar sem standards dinâmicos de futuro sustentáveis para a estrutura europeia”, referiu o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, num comunicado enviado esta terça-feira. “Ao mesmo tempo percebo que, dada a promessa de soberania, isto vai ser uma verdade difícil de aceitar”, acrescentou o presidente.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, assinalou que o Reino Unido vai tentar atrair as empresas e instituições financeiras com uma regulação menos rígida e com impostos mais baixos às empresas se a União Europeia oferecer um acordo de separação que não seja aceite pelo governo britânico.

De Bruxelas também já houve resposta: o passo de May pode dificultar a possibilidade de se chegar a um acordo comercial, e o Reino Unido pode acabar por ter de concordar com uma legislação na qual não vai ter palavra.

Vai ser necessário um período de transição na relação entre os dois lados depois do divórcio da União Europeia para evitar um processo disruptivo que danifique ambas as partes envolvidas, segundo avançou Dijsselbloem. O presidente realçou ainda que dois dos principais tópicos em discussão vão ser as taxas e a relação entre a regulação financeira para os bancos da City, em Londres, e para as demais instituições financeiras no Velho Continente.

“Temos ouvido algumas ameaças sobre a criação de um paraíso fiscal em Londres”, referiu o presidente. “Isso seria um enorme erro, e ficaria longe do acordo comercial justo a assinar para ambas as partes”, sublinhou Jeroen Dijsselbloem.

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