Trump não vai divulgar declarações de rendimentos. Wikileaks já reagiu.

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Janeiro 2017

"As pessoas não se importaram e votaram nele", justificou Kellyanne Conway após afirmar que os dados nunca seriam públicos. Mas a Wikileaks não vai deixar o assunto ficar sem resolução.

Kellyanne Conway, conselheira do novo Presidente dos Estados Unidos e diretora de comunicação da sua campanha, pôs fim a toda a especulação em volta da declaração de rendimentos de Trump e afirmou que esta nunca se vai tornar pública.

Em entrevista ao canal ABC e questionada acerca da resposta oficial à petição que circula para que Trump divulgue imediatamente tal informação, Conway respondeu prontamente: “A resposta da Casa Branca é que ele não vai tornar públicas as suas declarações de rendimentos. Discutimos sobre isto durante toda a eleição. As pessoas não se importaram e votaram nele.” (minuto 15:35 do vídeo abaixo).

Este foi dos assuntos mais falados durante a eleição e estabeleceu-se como uma das maiores fraquezas do candidato republicano. Na altura, este afirmava que estava a ser alvo de uma investigação do Internal Revenue Service, pelo que não era possível revelar dados que estivessem sob a alçada desta autoridade fiscal.

A conselheira continuou a sua justificação, afirmando que as pessoas preocupam-se mais com o alívio de impostos que vão ter do que com os rendimentos do seu novo Presidente. Ainda assim, isto pode não ser verdade. Numa sondagem feita em conjunto entre a ABC e o Washington Post, pode ler-se que 74% dos inquiridos consideram que este deveria divulgar os dados. O facto de a petição já contar com o dobro das assinaturas necessárias para que o assunto seja abordado pela Casa Branca — 255 mil até agora — também é um sinal.

Quem também acha que este era um passo bastante correto — e ético — é a Wikileaks. Depois de ter afirmado num tweet que o facto de o novo Presidente não divulgar as declarações é bem mais errado do que a Hillary Clinton esconder os seus discursos para a Goldman Sachs, a organização ofereceu-se para divulgar todas as informações.

O New York Times também se chegou à frente pela mão de um dos seus editores, Patrick LaForge. Em resposta ao tweet da WikiLeaks, o jornalista afirmou que enviar os dados de forma anónima para o jornal é “uma ideia melhor”.

É tradição, não regra, que os candidatos à presidência divulguem as suas declarações de rendimentos, para que todos os eleitores tenham acesso a todas as movimentações da pessoa que pode vir a gerir o país, nomeadamente conflitos de interesse ou dívidas.

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