Um T3 com 120 metros quadrados e garagem. Esta é a casa de “sonho” dos portugueses

A maioria dos portugueses está disposta a pagar até 138 mil euros por uma casa e 500 euros por mês por uma prestação bancária, na hora de escolher a casa ideal para morar.

Numa altura quente para o mercado imobiliário, encontrar a casa de sonho torna-se cada vez mais difícil. Ainda que o principal fator tido em conta seja, na maioria, a capacidade financeira de cada um, na hora de procurar um imóvel para morar, há certas características de que os moradores não abdicam. Um apartamento T3, em segunda mão, com arrecadação e garagem e uma área mínima de 90 metros quadrados são alguns dos critérios da casa ideal dos portugueses.

Mudar de casa pode estar relacionado com vários motivos mas as opções são duas: comprar ou arrendar. De acordo com o “I Observatório da Habitação em Portugal“, realizado pela Century 21 Portugal, 89,7% dos portugueses preferem comprar casa para habitação própria, de preferência na mesma cidade onde residem atualmente. Os resultados, obtidos através das respostas de mais de 800 clientes espalhados pelo país, refletem as tendências, comportamentos, motivações e expectativas na hora de procurar casa.

89,7% dos portugueses preferem comprar casa própria, de preferência na mesma cidade onde reside atualmente.Pixabay

Casas devem custar menos de 140 mil euros

Todos os elementos referidos anteriormente são importantes para definir o valor que o comprador está disposto a dispensar na hora de comprar casa. A nível nacional, 28,7% dos inquiridos estão dispostos a investir entre 100 e 150 mil euros, enquanto 68,6% procuram imóveis entre os 75 e os 200 mil euros. Contudo, o preço médio que os portugueses gastam com uma casa é de 138.623 euros.

Se falarmos em Lisboa, esse valor aumenta para 166.593 euros, caindo para 137.587 euros na zona do Porto e, para 130.708 no Algarve. Conforme explica a imobiliária, estes valores variam conforme os rendimentos das famílias, situando-se nos 159.488 euros para quem apresenta rendimentos mensais entre 2.001 e 3.000 euros, ascendendo a 230.416 euros para quem ganha mais de 3.000 euros por mês.

Na hora de comprar casa, 38,6% dos inquiridos optam por pagar uma parte em dinheiro e pedir um empréstimo bancário para o restante. Por sua vez, 35,3% preferem recorrer a um empréstimo para pagar a totalidade da casa. A esmagadora maioria dos que recorrem ao crédito (86%) está disposta a pagar uma prestação mensal até 500 euros, sendo que apenas 6,5% se mostram disponível para pagar até 600 euros.

Contudo, se analisarmos por zonas, em Lisboa, a maioria dos inquiridos está disposta a pagar até 506 euros por mês, enquanto no Porto esse valor cai para 491 euros. Por sua vez, no Algarve, o limite é ainda mais baixo: 475 euros mensais.

Um apartamento usado, sem precisar de obras

Mais de metade dos inquiridos prefere encontrar um apartamento num prédio (61,2%), em segunda mão e que não necessite de obras (60,2%). A ideia é clara: gastar o menos possível com a mudança. Para além disso, há que ter em conta que, nos centros das principais cidades, encontrar uma moradia torna-se mais difícil, principalmente se falarmos em Lisboa — onde 75,8% dos inquiridos procura um apartamento.

Se analisarmos a cidade do Porto, os números não são muito diferentes: 70,1% opta por um apartamento sem necessitar de remodelações (61,4%). Contrariamente, no Algarve, a procura por moradias unifamiliares é de 50%, significativamente superior à média nacional.

Pelo menos 91 metros quadrados em zonas periféricas do centro

Dependendo do número de pessoas que lá vão morar, parte-se do princípio de que a casa deve ser minimamente espaçosa. Neste sentido, a maioria dos inquiridos — com rendimentos superiores a 1.000 euros –, procura habitações com uma área entre 91 e 120 metros quadrados, sendo que 63,7% estipulam os 120 como área máxima. Estes valores são os mesmos para os inquiridos com níveis de rendimentos mais elevados.

Numa altura em que Lisboa e Porto são cada vez mais falados internacionalmente, pelos bons motivos, a maioria dos portugueses não quer ficar longe dos centros das cidades. 43% dos inquiridos pela Century 21 Portugal preferem encontrar casa nas zonas periféricas do centro, enquanto 42,2% optam mesmo por morar no centro da cidade.

O interesse nas zonas centrais das cidades é, sobretudo, acentuado entre os menores de 30 anos (45,9%) e as pessoas com rendimentos mais elevados (57,5%). No entanto, há um interesse crescente nos arredores à medida que aumenta a idade, atingindo 19,3% entre os 40 e os 49 anos.

Três quartos e duas casas de banho

“Um aspeto fundamental na procura de habitação é a sua estrutura e funcionalidade”, lê-se no estudo da imobiliária. Neste sentido, 40,9% dos inquiridos procuram uma casa com três quartos e duas casas de banho (49,5%) — um indicador aumenta nos agregados familiares com mais de três membros e nos segmentos com rendimentos superiores a 2.000 euros. Para além disso, o design do edifício e o facto de ser moderno, ou não, é bastante importante para quem procura casa (49,2%).

Contudo, se olharmos para a cidade de Lisboa, a maioria dos inquiridos prefere casas com dois quartos e duas casas de banho. Nas cidades do Porto e do Algarve as conclusões são iguais à média nacional — três quartos e duas casas de banho.

Arrecadação e garagem são fundamentais

Para além das comodidades básicas, os portugueses procuram ainda outros extras. Mais de 74% (74,1%) dos inquiridos optam por ter arrecadação e 73,1% preferem ter garagem, enquanto a varanda é importante para 69,9%.

Para além disso, na hora de escolher a zona onde procurar casa, a maioria considera fundamental ser uma área com parque de estacionamento (82,6%) para residentes ou facilidade de estacionamento, enquanto 80% valorizam boas acessibilidades a transportes públicos e a proximidade a supermercados e comércio tradicional. Somam-se ainda zonas verdes, jardins e parques, com 77,8% de procura.

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