Casa Eficiente ainda não financiou nenhum projeto

  • ECO
  • 16 Julho 2018

As condições de financiamento apresentadas permitem concluir que os custos dos empréstimos são muito elevados e as exigências são muito próximas às requeridas pelos bancos para o crédito à habitação.

O programa Casa Eficiente, financiado pelo Banco Europeu de Investimento, arrancou há três meses, mas ainda não beneficiou nenhum proprietário. As condições de financiamento apresentadas permitem concluir que os custos dos empréstimos são muito elevados e as exigências são muito próximas às requeridas pelos bancos para o crédito à habitação ou ao consumo.

Como escreve esta segunda-feira o jornal Público (acesso condicionado), apenas duas das três entidades bancárias que se associaram à iniciativa apresentaram as condições de financiamento, sendo elas a Caixa Geral de Depósitos e o BCP. No caso da CGD, pedir 40 mil euros emprestados para melhorar a eficiência energética de uma casa, a pagar a 20 anos, implica o pagamento de 5.385 euros em comissões, no mínimo.

Já a nível de burocracia, o processo envolve pedidos de orçamentos que só podem ser feitos após visita ao local, a emissão de certidões depois de escolhida uma empresa a fazer a intervenção. Para além disso, as obras só podem ser feitas pelas empresas que estiverem inscritas no portal. Atualmente são 556.

Ainda assim, muitos portugueses mostraram interesse neste programa, que prometeu 200 milhões de euros para quem quisesse transformar o seu imóvel para que este fosse mais eficiente a nível energético. Segundo os números da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, foram feitas 18.890 simulações no Portal Casa Eficiente, o que corresponde a 57.194 intervenções. Os custos e as burocracias foram, então, o fator decisivo para que o planeamento não passasse à ação.

Anunciado em abril, o programa Casa Eficiente conta com uma verba de 200 milhões de euros para o período de 2018 a 2021 e que visa suportar intervenções na envolvente construída do edifício, em paredes, coberturas e janelas, e nos seus sistemas, desde logo ao nível da iluminação, rega, ventilação, produção de água quente sanitária, redes prediais e dispositivos sanitários.

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