BdP: Portugal deve aproveitar momento de crescimento para resolver problemas estruturais

O Banco de Portugal defende que Portugal aproveite o momento positivo para corrigir problemas estruturais que justificam o abrandamento. No Boletim Económico de junho, divulgado esta quinta-feira, o BdP mantém as projeções para a economia divulgadas em março.

O BdP refere no documento que “o atual enquadramento económico e financeiro favorável deve ser aproveitado para corrigir os constrangimentos estruturais ao crescimento de longo prazo, os quais, de resto, ajudam a explicar o abrandamento da atividade económica ao longo do horizonte de projeção”, ou seja, até 2020.

Além disso, o BdP considera que o “aumento das tensões geopolíticas e o crescimento da incerteza política a nível internacional reforçam a importância e a urgência de progressos em várias dimensões”.

A instituição liderada por Carlos Costa assinala sobretudo a necessidade de trabalhar na redução do endividamento, na alocação do investimento aos setores mais produtivos da economia, na melhoria das qualificações dos trabalhadores portugueses e na redução do desemprego de longa duração.

As projeções do banco central apontam para um “ligeiro reforço” da capacidade de financiamento da economia portuguesa até 2020, com o saldo conjunto da balança corrente e de capital a fixar-se em 1,8% do PIB nos três anos do horizonte, e para uma continuação de uma taxa de inflação estável, nos 1,4% em 2018, 1,5% em 2019 e 1,4% em 2020, ou seja, abaixo dos valores publicados pelo Banco Central Europeu (BCE) para a área do euro.