Bancos passam no teste do BCE. Novo Banco não foi a exame

  • Rita Atalaia
  • 15 Janeiro 2018

CGD, BCP, BPI, Santander e Montepio revelaram os resultados do teste à sua solidez. Todos passaram no exame do BCE. O carimbo de banco de transição deixou o Novo Banco de fora desta avaliação.

O Banco Central Europeu (BCE) levou os bancos europeus a exame. Os portugueses — excluindo o Novo Banco por ser uma instituição financeira de transição — não faltaram à chamada, nem chumbaram no teste. CGD, BCP, BPI, Santander e, finalmente, o Montepio demonstraram, todos, uma solidez acima do mínimo exigido, tendo uns notas melhores do que os outros. E, apesar de não serem obrigados a comunicá-lo, vieram publicamente dar esse sinal ao mercado, procurando conquistar a confiança de investidores e aforradores.

O BPI foi o primeiro a revelar os resultados do Supervisory Review and Evaluation Process, ou simplesmente SREP, ainda em dezembro. Mas, apesar de tal como os restantes bancos do sistema, ter passado, não foi aquele que conseguiu a melhor nota — avaliando o diferencial entre o rácio Common Equity Tier 1 (CET1) faseado apresentado e o mínimo exigido pela instituição liderada por Mario Draghi. Quem brilhou? O BCP. A entidade liderada por Nuno Amado tem um rácio Common Equity Tier 1 (CET1) de 13,2%, face ao mínimo de 8,8125%. Ou seja, fica 4,39% acima dos mínimos impostos.

A CGD, por seu lado, supera as exigências do BCE por uma margem “significativa”, disse o banco liderado por Paulo Macedo quando apresentou o resultado desta avaliação. E confirma-se. A instituição financeira tem um rácio de 13%, mais de quatro pontos percentuais acima do que é pedido pelo regulador.

O BPI, o primeiro banco a apresentar o SREP, pode não ter um diferencial tão elevado como a CGD ou o BCP, mas tem igualmente níveis confortáveis. “Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2017, o Banco BPI cumpre os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET 1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, revelou a entidade, que apresenta um CET1 de 12,5%, faseado, e um rácio total de 13,9%. O mínimo exigido pelo BCE era 8,75% e 12,25%, respetivamente.

O Grupo Santander, onde se inclui o Santander Totta (que tem um CET1 faseado de 16,6%, mas não revelou o mínimo exigido pelo BCE), conseguiu igualmente passar no exame, embora o diferencial face ao mínimo de exigência do BCE tenha sido menor do que o apresentado pelo Montepio, o último a comunicar aos investidores o resultado do teste.

Enquanto o Santander, com um rácio CET1 faseado de 12,18% apresenta uma margem de 3,52 pontos percentuais face aos 8,655% exigidos por Mario Draghi, o banco ainda liderado por Félix Morgado garantiu um diferencial de 3,6 pontos. O banco, agora totalmente controlado pela Associação Mutualista, revelou um CET1 faseado de 13% (só superado pelo BCP), acima do limite mínimo de 9,4%, o mais alto de todos os bancos portugueses que participaram no exame.

O Novo Banco não foi ao teste. O banco liderado por António Ramalho ainda era um banco de transição quando este exame foi feito, pelo que foi dispensado. Ainda assim, o BCE exige que a instituição tenha, durante o próximo ano, um rácio CET1 faseado de 10,5% e um rácio total de 14%, sabe o ECO. Até ao final do ano passado, o banco recebeu mil milhões de euros com a entrada do Lone Star.

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