Natal aproxima-se. Crédito ao consumo em máximos de março

Com o aproximar do Natal, o crédito ao consumo aumenta. Em outubro a concessão foi de 390 milhões, a mais elevada em 13 anos.

O mês de outubro marca uma aceleração do crédito ao consumo. De acordo com os dados do Banco de Portugal, nesse mês foram disponibilizados 390 milhões de euros em novo crédito ao consumo, o nível mais elevado desde março deste ano. A subida da concessão de crédito com esse fim acontece numa altura em que se aproxima o Natal e as compras habituais da quadra.

Os dados divulgados pela entidade liderada por Carlos Costa sinalizam ainda que o último mês de outubro foi o mais intenso em termos de concessão de crédito ao consumo dos últimos 13 anos. Seria necessário recuar até outubro de 2004 para ver um valor mais elevado, em termos homólogos.

Crédito ao consumo em alta

Fonte: Banco de Portugal

No total, os bancos disponibilizaram 390 milhões de euros em novo crédito ao consumo no passado mês de outubro. Este valor compara com os 348 milhões disponibilizados em setembro, sendo ainda o mais elevado desde março deste ano, mês em que tinham sido disponibilizados 393 milhões de euros.

No acumulado do ano, até ao final de outubro, os bancos nacionais disponibilizaram 3.405 milhões de euros neste tipo de crédito. Ou seja, 10% acima do registado em igual período do ano passado.

Esta foi, aliás, a única finalidade de crédito às famílias a registar um aumento dos níveis de concessão em outubro. No que respeita ao crédito à habitação ocorreu uma queda da concessão para o nível mais baixo desde julho último. No total, os bancos disponibilizaram um total de 706 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Já no crédito com outros fins, a concessão atingiu os 156 milhões de euros, abaixo dos 175 milhões verificados em setembro.

O aumento da concessão de crédito ao consumo acontece num mês em que muitos portugueses já tinham começado a realizar as compras natalícias, o que poderá justificar a subida registada nos novos empréstimos com esse fim. De salientar que as instituições financeiras têm estado a apostar em campanhas de promoção da concessão de empréstimos ao consumo, o que é bastante visível nas respetivos sites.

Recentemente, a Deco veio alertar precisamente para os riscos associados ao apelo irresistível das campanhas de crédito agressivas doa bancos nesta época do ano. Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, adiantou à TSF que a associação tem recebido “várias denúncias de consumidores confrontados nos últimos tempos com muitos e-mails a proporem crédito pré-aprovado, uma prática comum antes de 2007-2008 e que já na altura era muito contestada por nós pois é um incentivo ao endividamento pouco responsável dos consumidores”.

Quem também está preocupado com a evolução da concessão de crédito às famílias em Portugal é o Banco de Portugal, mostrando-se particularmente alerta em relação ao crédito à habitação. A entidade liderada por Carlos Costa coloca mesmo a possibilidade de apertar os critérios para a concessão de crédito às famílias.

(Notícia atualizada às 12h00 com mais informação)

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