Wall Street à beira de um ataque de nervos com Trump

De polémica em polémica, Trump pode ter comprometido a sua agenda altamente expansionista, deixando investidores norte-americanos à beira de um ataque de nervos.

Foi um dia mau para os mercados acionistas e Wall Street não escapou à maré de aversão ao risco que atirou as bolsas europeias para uma das piores sessões do ano. Tudo por causa da polémica em torno de Donald Trump, que tentou interferir com investigações do FBI. Escândalo pode comprometer a agenda política do Presidente, nomeadamente a reforma fiscal que tem levado as bolsas para máximos históricos.

Do outro lado do Atlântico, depois dos recordes alcançados nos últimos dias, os três principais índices fecharam no vermelho carregado. O índice de referência mundial S&P 500 perdeu 1,82%, naquela que é a maior queda desde 9 de setembro, ao mesmo tempo que o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones cederam 2,57% e 1,78%, respetivamente.

Trump tem estado em evidência nos últimos dias e não pelos melhores motivos. A imprensa norte-americana avançou esta quinta-feira que o Presidente norte-americano terá pedido ao diretor do FBI, James Comey, entretanto demitido, que encerrasse a investigação ao seu anterior assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn. Antes deste caso, a polémica em torno de Trump já havia estalado quando se ficou a saber que partilhou informação sensível com o governo russo sobre o Estado Islâmico.

Para os investidores, o acumular de casos polémicos pode comprometer a agenda altamente expansionista que Donald Trump pretende implementar: além de baixar os impostos às empresas, a Administração pretende aumentar os gastos públicos em infraestruturas como estradas e pontes.

“Penso que o principal problema neste momento tem a ver com o que é que estes casos podem significar para o plano que pensávamos que estava em marcha”, referiu Jeremy Bryan, gestor da Gradient Investments, à Reuters. “Está atrasado ou já morreu?”, questionou.

O setor financeiro foi o mais penalizado. O Bank of America afundou mais de 6%, enquanto o JPMorgan Chase caiu mais de 3%.

"Penso que o principal problema neste momento tem a ver com o que é que estes casos podem significar para o plano que nós pensávamos que estava em marcha. Está atrasado ou já morreu?”

Jeremy Bryan

Gradient Investments

Perante esta crise o mercado também já está a começar a duvidar se a Reserva Federal norte-americana vai continuar o caminho de subida das taxas de juro. Segundo a Bloomberg, as probabilidades de um novo aumento este ano desceram de 80% para 60%, uma quebra de 20 pontos percentuais no espaço de uma semana. E, a probabilidade dessa mexida vir a acontecer em setembro também está a diminuir revelam os mesmos dados.

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