Autárquicas: BE só não negoceia com a direita

  • ECO
  • 24 Janeiro 2017

Catarina Martins afirma que a implantação autárquica do BE, apesar de reduzida, é "sólida", e que o partido procura negociar participação em executivos, desde que não sejam do PSD ou CDS.

Catarina Martins prevê que o Bloco de Esquerda consiga negociar lugares nos executivos de vários municípios após as autárquicas, com base nos programas políticos definidos na Convenção, mas marca um limite: “O BE nunca negociará com PSD e CDS, com a direita”.

Numa entrevista ao Público, a porta-voz do BE explicou que, embora não seja “novidade nenhuma” que a implantação autárquica do BE ainda é reduzida, o esforço do partido no sentido de construir uma maior presença autárquica existe. “Temos feito um trabalho autárquico que, sendo escondido, é bastante competente e tem vindo a crescer. Portanto há programa, há proposta, há solidez”, disse a dirigente partidária.

Confrontada pelo Público, Catarina Martins não quis pronunciar-se sobre o candidato que o Bloco vai apresentar à Câmara Municipal de Lisboa, não comentando se se trataria de Ricardo Robles.

As propostas à volta das quais o BE prevê abrir-se à colaboração com outros partidos da esquerda são relacionadas com “a participação democrática, o combate à corrupção, o direito à habitação, o direito à cidade, à mobilidade, aos serviços públicos”, afirma Catarina Martins.

Eleições antecipadas? “Acordo é para cumprir”

Sobre a possibilidade de eleições antecipadas, Catarina Martins é perentória: “Para o BE é importante que o acordo que fizemos seja cumprido”, para os quatro anos da legislatura. Põe de parte clivagens que ponham em risco o entendimento entre BE e PS, porque “não há nenhuma divergência que seja nova”. Não antevê rever os acordos, e põe a tónica na importância de levar a cabo aquilo que já se encontra inscrito neles: “Queremos muito voltar a ter novos escalões em IRS, queremos muito que os serviços públicos tenham condições para funcionar, queremos muito reativar a contratação coletiva. Há tanto por fazer ainda”.

Catarina Martins posiciona o Bloco de Esquerda como um partido socialista democrático, no sentido em que as propostas atuais “são quase todas elas propostas sociais-democratas”.

Não desistindo nós de um ideal, de um caminho para o socialismo, nunca abdicamos de, na relação de forças concreta, fazer propostas que possam melhorar a vida das pessoas agora”, esclarece, acrescentando que não é “de maneira nenhuma” uma crítica ao PCP, que “tem feito o mesmo”.

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