Sonangol com melhor resultado do ano em outubro

  • Leonor Rodrigues e Lusa
  • 22 Novembro 2016

As receitas geradas pela Sonangol com a exportação de petróleo subiram em outubro, representando quase 72% do encaixe fiscal com a venda de crude por Angola.

As receitas geradas pela Sonangol com a exportação de petróleo subiram em outubro, representando quase 72% do encaixe fiscal com a venda de crude por Angola, totalizando 84.205 milhões de kwanzas (477 milhões de euros).

Os dados constam de relatórios do Ministério das Finanças compilados hoje pela agência Lusa, que comparam com os 74.462 milhões de kwanzas (422,3 milhões de euros) arrecadados em setembro e um peso de 63% no encaixe fiscal angolano com a venda de petróleo.

Desta forma, as receitas contabilizadas pela Sonangol com a exportação de crude subiram 13% entre setembro e outubro, praticamente igualando o melhor registo do ano, atingido em junho.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) passou em junho a ter Isabel dos Santos como presidente do Conselho de Administração, no âmbito do processo de reestruturação do maior grupo empresarial angolano.

O valor mais baixo do ano em termos de receita arrecadada pela Sonangol registou-se em março, com 45.722 milhões de kwanzas (259 milhões de euros).

O relatório do Ministério das Finanças relativo a outubro indica que a Sonangol teve receitas em nove das 12 concessões petrolíferas contabilizadas no documento.

Desde janeiro, a Sonangol já garantiu, diretamente, receitas para o Estado no valor de 683.074 milhões de kwanzas (3.870 milhões de euros), quando o Governo previa para todo o ano mais de 968 mil milhões de kwanzas (5.490 milhões de euros).

O barril de petróleo bruto exportado por Angola atingiu em outubro o segundo melhor preço do ano, cerca de 45,6 dólares, mas as receitas fiscais totais caíram, face a setembro, para 117.891 milhões de kwanzas (670 milhões de euros).

Segundo dados do Ministério das Finanças, Angola exportou em outubro 47.392.178 barris de petróleo, menos 8.683.297 face a setembro, mas com cada barril a ser vendido quase cinco dólares mais caro.

A cotação do barril de petróleo bruto vendido aproximou-se do melhor registo do ano, verificado em junho, então acima dos 46,6 dólares.

O barril exportado por Angola no primeiro semestre do ano chegou a valer apenas 28 dólares, contra os 45 dólares que o Governo previa arrecadar, segundo o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2016, que na revisão aprovada na Assembleia Nacional desceu para 41 dólares (média esperada para todo o ano para cada barril exportado).

Numa intervenção pública a 22 de junho, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse que, com o então “nível de preços”, a Sonangol “ficou sem condições de garantir os recursos para o OGE”, especificando que “desde janeiro o Governo deixou de receber receitas da Sonangol porque ela não está em condições de o fazer”, numa aparente alusão aos compromissos da concessionária estatal com o seu próprio endividamento e despesas de funcionamento.

Cada barril de crude produzido em Angola custa atualmente em média 14 dólares, valor que a nova administração da concessionária estatal Sonangol, liderada por Isabel dos Santos, quer reduzir para “oito a dez dólares”.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África, com mais de 1,7 milhões de barris de crude produzidos diariamente no onshore e offshore.

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