RTP deu um Festival de Portugal para o mundo

Uma manobra de comunicação genial que associou as duas bitolas essenciais: notoriedade e reputação. Portugal ganhou mais uma vez.

O Turismo tem sido a força motriz da nossa economia e do nosso crescimento. Defendo-o porque vejo, especialmente na cidade de Lisboa mas também é evidente noutras cidades e regiões, a revitalização da economia, o pulsar das urbes e todo o colorido que as nossas ruas têm ganho. É um esforço de muitos, mormente do Turismo de Portugal e do Turismo de Lisboa, construído com estratégia e ambição, e com tempo, algo que tantas vezes é esquecido porque vivemos marcados pela espuma dos dias e pelo rumo apenas com navegação à vista.

Temos tido vitórias internacionais, especialmente no desporto, congregado grandes eventos, como a Web Summit, mas considero a maior manobra de promoção de Portugal a realização da Eurovisão no Meo Arena. Em primeiro lugar, temos de agradecer ao Salvador Sobral, pois a sua vitória trouxe o espectáculo para cá, depois, e principalmente, à RTP que deu o melhor de si e dos seus profissionais para que o festival fosse um sucesso. E saúdo o meu amigo Gonçalo Reis, um homem sério, pessoa de bem e que tem sido ao longo da sua liderança na televisão pública o maior motivador das suas gentes.

Respeito muito quem não gosta da Eurovisão, eu próprio tenho de dizer que não é bem o estilo de música que aprecio, porém, o que ressalta deste trabalho hercúleo é a promoção do nosso País para milhões de pessoas em todo o mundo. Sei que houve críticas à Catarina Furtado pelo seu inglês, podia-se ter preparado melhor, mas, em todo o globo, o que sobressaiu dela foi uma mulher bonita, graciosa, simpática, ao fim e ao cabo, três características essenciais da mulher portuguesa que tão bem foi promovida por ela, pela Sílvia Alberto, Daniela Ruah e Filomena Cautela.

Houve custos? Claro que sim. E o retorno? E a qualidade de todos os vídeos de vários locais de Portugal na apresentação de cada um dos concorrentes que nos vieram visitar? Andaram por Lisboa nesses dias? Vi suecos, cipriotas, espanhóis, estonianos, noruegueses, irlandeses, austríacos de bandeiras na mão para puxarem pelos seus representantes. Para lá da receita directa com a vinda deles, o que dizer de todos os que viram as belas imagens da Ria de Aveiro, do Porto, dos Açores, da Madeira, de praias, serras, rios e do mosaico de imagens que tornam o nosso País único e atractivo 365 dias por ano com gente que sabe receber, com uma gastronomia de eleição e que a todos encanta quando o descobrem.

Portugal já deu mundos ao mundo, foi pioneiro da globalização, tem desportistas, gestores, escritores e cientistas topo de gama, mas por vezes fecha-se e refugia-se no triste fado da nossa pequenez envolta em discussões tão estéreis como estúpidas. A Eurovisão foi um momento de orgulho para todos os portugueses e devemos estar profundamente gratos à RTP por ter possibilitado tamanha promoção e projecção dos nossos valores. Há coisas que não têm preço. Cada cêntimo utilizado neste brilhante evento valeu a pena, foi uma manobra de comunicação genial que associou as duas bitolas essenciais: notoriedade e reputação. Portugal ganhou mais uma vez.

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