Estrangeiros compram 17 mil casas em Portugal. Mais de mil custaram acima de meio milhão

Não-residentes foram responsáveis por 11,5% do valor total das transações no ano passado. Franceses lideram as compras, seguidos pelos britânicos.

Basta andar na rua para ouvir cada vez mais línguas diferentes. São os estrangeiros que visitam o país, mas também muitos que escolheram Portugal para comprar casa. O INE revela que, só no ano passado, uma “fatia” relevante dos imóveis foi adquirida por não residentes. O número não chega aos de 2014, quando arrancaram os vistos gold, mas tem vindo a acelerar, sendo que o valor das casas compradas é, em média, 50% superior ao pago pelos portugueses.

Entre todas as casas transacionadas no país, em 2017, 7,7% foram para o nome de investidores não-residentes, que foram responsáveis por 11,5% do valor total das transações. Comparando com 2016, as vendas a estes investidores aumentaram 19,2% em número e 22,6% em valor transacionado, com os franceses a liderarem as compras pelo segundo ano consecutivo, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Venderam-se 226.617 imóveis no ano passado, sendo que 17.388 foram comprados por não residentes, mais 2.796 do que em 2016. O valor médio destes imóveis fixou-se em 160.407 euros no ano passado, quase 50% superior ao valor médio das transações globais (107.381 euros).

Vistos gold patrocinam compras

Dos 17.388 imóveis adquiridos por estrangeiros no ano passado, 6,8% (1.180) custaram 500 mil euros ou mais, tendo sido essencialmente a partir de 2013 que os imóveis com estes valores mais cresceram no país. Um ano depois, em 2014, “esse crescimento acentuou-se, principalmente em valor, passando estes imóveis a representar quase metade do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes nesse ano”, altura em que, refere o INE, se iniciariam os vistos gold.

A liderar as compras mais caras estão os franceses, correspondendo a 19,6% do total no ano passado. Atrás está o Reino Unido (16,2%), o Brasil (6,9%), a China (6,3%) e a Suíça (5,5%).

Em termos de número de vendas, os franceses (cerca de 5.000 imóveis) e os britânicos (cerca de 2.600) continuam a ser os que mais compram, à frente dos suíços, dos alemães e dos belgas. Nos últimos seis anos, refere o INE, “mais de 19.000 imóveis no país foram vendidos a franceses”, um número que é, em parte, “influenciado pelas aquisições de móveis efetuadas pelos emigrantes portugueses e descendentes radicados em França”.

Algarve no topo das preferências

A maioria dos imóveis adquiridos por não-residentes situa-se no Algarve (40,9%) e na área metropolitana de Lisboa (8%). Dos 226.617 imóveis transacionados no país no ano passado, 29,7% estavam na zona Norte. Em termos de valor transacionado, a área metropolitana de Lisboa viu serem vendidos 49,8% do total, à frente da região norte (20,3%).

É novamente na área metropolitana de Lisboa e no Algarve que se situam os valores médios mais elevados, com 212,927 euros e 143,592 euros, respetivamente. Valores que ficam acima da média nacional (107,381 euros).

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