Portugal é o país europeu onde os preços das casas mais sobem, mas continua a meio da tabela

O portal de estatística alemão Statista fez o ranking do preço de um apartamento com 120 metros quadrados numa grande cidade dos vários países da União Europeia. Portugal não é dos mais caros.

Os preços no mercado imobiliário estão a níveis cada vez mais altos, e não é só a nível nacional. Assim como Lisboa e Porto, que viram os preços das casas dispararem 20% no espaço de um ano, os restantes países da União Europeia também registaram tendências idênticas, segundo o portal alemão Statista. No ano passado, o setor residencial mostrou “sinais claros de recuperação”, com os maiores aumentos a serem verificados em Portugal, Irlanda, Holanda e Suécia. Apesar da subida, os preços do metro quadrado em Portugal ainda estão longe dos praticados em países como o Reino Unido ou França.

“O mercado imobiliário residencial mostrou recentemente sinais claros de recuperação, com o aumento do preço da habitação a ser a principal tendência”, lê-se no portal estatístico (conteúdo em inglês). No ano passado, os preços dos imóveis residenciais observaram os maiores aumentos em Portugal (12,5%), na Irlanda (11,8%), na Holanda (8,2%) e na Suécia (8%), um sinal de que a “economia europeia está a melhorar, assim como a confiança do investidor“.

Por cá, a subida dos preços dos imóveis ocupa várias manchetes de jornais, assim como o aumento da procura, à medida que a oferta escasseia. Contudo, apesar de estarmos próximos de algumas capitais europeias, a verdade é que ainda temos muito que caminhar para nos aproximarmos dos valores praticados em certos Estados-membros, como mostra o Statista, estando o país exatamente a meio da tabela em termos de preço por metro quadrado.

De acordo com o estudo levado a cabo pelo portal alemão — que analisou vários dados e publicações de cada um dos 27 Estados-membros (o Statista não tem dados para a Irlanda), no final de maio, para analisar os preços do imobiliário nas principais cidades destes países –, comprar um apartamento com 120 metros quadrados em Portugal (neste caso, em Lisboa) ficava por 3.830 euros o metro quadrado, um valor que nos coloca a meio da tabela (no 14.º lugar) e ligeiramente abaixo da média dos 27 países da região (4.950 euros).

Custo de um apartamento com 120 m2 em 27 Estados-membros

Fonte: Statista

De ressalvar que este valor não corresponde aos que são apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que não divulga a média, mas sim a mediana dos preços do metro quadrado dos imóveis vendidos por todo o país. Segundo o INE, o preço mediano do metro quadrado no município de Lisboa fixou-se em 2.581 euros no final do primeiro trimestre deste ano. Considerando apenas as casas T3, para nos aproximarmos à realidade das casas com 120 metros quadrados, o preço mediano é de 2.521 euros. É fácil, contudo, que a média dos preços seja mais elevada do que a mediana.

Seja como for, adquirir um imóvel com estas dimensões é significativamente mais caro no Reino Unido (20.190 euros por metro quadrado), em França (12.796 euros) e na Áustria (11.559 euros), os três países com os preços mais elevados. Por sua vez, é na Roménia (1.591 euros), no Chipre (1.536 euros) e na Bulgária (1.300 euros) que o metro quadrado é mais barato.

Assim, apesar de os imóveis nacionais estarem quase tão caros como, por exemplo, os da Alemanha ou Espanha, ainda estão bastante longe dos preços praticados nas principais cidades europeias: precisam de crescer 16.360 euros por metro quadrado para bater os do Reino Unido, 8.966 euros para bater os franceses e 7.729 euros para bater os austríacos. Estes são os valores para um apartamento com 120 metros quadrados, localizado na principal cidade de cada país. Também importa referir, contudo, que grandes diferenças nos rendimentos médios da população de cada país.

Como refere o estudo alemão, “oito anos depois da crise financeira, a maioria dos mercados imobiliários europeus ganhou força, com alguns Estados-membros a recuperarem e outros a ficarem para trás”. Entre 2014 e 2015, por exemplo, Portugal e Roménia estavam entre os países com os maiores aumentos dos preços de habitação, enquanto Eslovénia e Itália observavam as menores subidas.

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