Ricardo Reis: “Estamos num momento de viragem económica”

O economista defendeu esta tarde em Famalicão que há oportunidades promissoras para a economia portuguesa para os próximos anos. As empresas têm aqui um papel fundamental.

Ricardo Reis defendeu esta tarde, em Famalicão, na Casa das Artes, perante uma plateia repleta de empresários que estamos a entrar numa nova fase da economia portuguesa. 22 anos depois de termos entrado na União Europeia, o economista considera que este é um ponto de viragem que “pode ser bom ou não”, enfatizou.

O economista, que falava no Fórum Económico Famalicão Made In, uma parceria entre o ECO e a Câmara de Vila Nova de Famalicão, explicou que estamos perante três constrangimentos (dívida pública, dívida externa, e dívida bancária) que podem abrir oportunidades.

Oportunidades que segundo Ricardo Reis “são muito grandes e muito promissoras“. Para o economista cabe ao setor privado e às empresas que exportam e que querem continuar a crescer aumentar os níveis de produtividade. Ao fazê-lo “aumentam a riqueza do país”.

O reputado economista, com experiência internacional, não deixou de falar nos constrangimentos. Sobre a dívida pública salientou que “qualquer asneira financeira seria sempre acompanhada de uma subida das taxas de juro, e não há caminho para essa loucura”.

Nesse sentido, o economista afirma que “não há caminho para o modelo intervencionista e não vai existir, independentemente de quem for eleito, a não se que se rompam os compromissos internacionais”. Sobre a dívida externa, Reis defendeu que esta é enorme e que as empresas têm forçosamente que se virar para os mercados internacionais, porque o “mercado interno é pequeno e incapaz de suportar as estratégias de crescimento das empresas”.

A dívida bancária foi também motivo de análise, com o orador que abriu o primeiro Fórum em Famalicão a defender que o facto de a banca ser hoje “maioritariamente controlada por estrangeiros” só por si é garante que as relações privilegiadas são coisas do passado.

O economista diz que são estes constrangimentos que “ajudam a prevenir as estratégias de crescimento que falharam em Portugal e por isso sobram estratégias no caminho da internacionalização, dos mercados externos e da competitividade.”

E numa analogia com o futebol, deu o exemplo do Futebol Clube do Porto que “conseguiu atrair financiamento através de projetos competitivos e com resultados como se viu”.

Sobre a situação das empresas em particular, Reis relembrou que o crescimento das empresas é imperioso para o seu crescimento, para ganhos de escala e aumentos de produtividade. Fatores fundamentais para o crescimento das empresas e do país. Ainda no mundo empresarial, Ricardo Reis relembrou que as empresas são hoje mais bem geridas, com uma grande aposta na formação e nos recursos humanos.

A finalizar Ricardo Reis, que se considerou um otimista afirmou que “os últimos 17 anos foram muito maus para a economia portuguesa. É importante admitir isso, mas é exatamente por isso que considero que as oportunidades são muito grandes”.

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