TAP tem 122 milhões de euros retidos em Angola

  • ECO
  • 25 Abril 2018

A maior parte do dinheiro (80,8 milhões) está aplicado em títulos de dívida de curto prazo, uma forma de contornar as dificuldades no repatriamento de capitais.

Ao todo são 122,4 milhões de euros que a TAP tem retidos em Angola. O dinheiro está na sua maior parte (80,8 milhões) aplicado em títulos de dívida de curto prazo, uma forma de se proteger o dinheiro retido por dificuldades na obtenção de divisas para a expatriação do capital, avança esta quarta-feira o Público (acesso condicionado).

O montante aplicado em dívida de curto prazo do Estado angolano, o dobro do valor registado no final de 2016, revela o relatório e contas da transportadora, que tem no mercado angolano uma boa fonte de receitas. Esta opção da empresa justifica-se pela crise de divisas que tem afetado Angola na sequência da quebra do preço do petróleo que comprometeu o nível de receitas do país, altamente dependente desta matéria-prima. Isto porque as operações de compra de obrigações estão indexadas ao dólar e não ao kwanza, fortemente desvalorizado.

O kwanza angolano voltou a depreciar-se esta semana, face ao euro, pela terceira vez em abril, acumulando uma perda de quase 32% desde a aplicação do regime flutuante cambial, com taxas de câmbio formadas nos leilões de divisas. Esta depreciação, que foi mais acentuada em janeiro e que desde fevereiro tem rondado um ritmo de quase 1% por semana, foi confirmada pela Lusa com cálculos feitos a partir das taxas cambiais oficiais do Banco Nacional de Angola (BNA), de 1 de janeiro e de 25 de abril.

A TAP tem ainda 41,6 milhões de euros em depósitos bancários, denominados em euros, dólares e kwanzas, revela o relatório que tem ainda se ser aprovado em assembleia geral, agendada para 9 de maio, uma opção que se insere na mesma estratégia para contornar as dificuldades no repatriamento de capitais.

“A estratégia de investir em títulos do tesouro angolano foi bem-sucedida já que os mesmos estão vinculados ao dólar, o que permitiu minimizar o impacto da desvalorização do kwanza”, justificou fonte oficial da TAP quando questionada pelo Público sobre o grau de exposição ao mercado angolano.

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